sexta-feira, 4 de agosto de 2023
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Sessão especial do Senado Federal homenageia Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo
Os 65 anos da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet) serão comemorados em sessão especial do Senado agendada para segunda-feira (7), às 10h.
A homenagem atende a requerimento (RQS 751/2022) do senador Eduardo Gomes (PL-TO) aprovado em Plenário em 23 de novembro. Foto:
Fundada em 29 de janeiro de 1957 no Rio de Janeiro, a Abrajet congrega 350 profissionais presentes em 17 estados. O objetivo da associação é divulgar e fortalecer o turismo brasileiro nos mais variados aspectos. Eduardo Gomes justificou seu requerimento explicando que o setor de turismo no Brasil gera 7 milhões de empregos e responde por 8,1% do produto interno bruto (PIB) nacional.
“Segundo dados constantes na 2ª edição do Anuário Estatístico de Turismo 2020, editado pelo Ministério do Turismo, em 2019 — último ano antes da pandemia — o Brasil recebeu a visita de 6,3 milhões de turistas internacionais. Desse total, mais da metade (3,6 milhões) veio dos países vizinhos, confirmando a força do turismo regional para o desenvolvimento do setor no Brasil”, observa o senador.
Fonte: Agência Senado
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Hetohoky, a transição para o mundo adulto na Ilha do Bananal
A celebração indígena Hetohoky significa Casa Grande, local construído para o ritual de transição dos meninos para a vida adulta, e acontece entre o povo Iny, formado por Karajá, Karajá-Xambioá e Javaé
Meninos Javaés durante os primeiros dias do ritual Hetohoky, na Aldeia Boto Velho, na Ilha do Bananal. Crédito: Manoel Jr./Governo do Tocantins
Hetohoky significa Casa Grande, local construído para o ritual de transição dos meninos para a vida adulta. Crédito: Manoel Jr./Governo do Tocantins
Ainda era cedo, quando 13 meninos javaés acordaram na Aldeia Boto Velho, na Ilha do Bananal. Com a refeição preparada pelas mulheres, eles se sentaram com os homens, no pátio da aldeia, durante a celebração para se tornarem adultos, o Hetohoky já tinha começado.
Na Aldeia Boto Velho, participaram meninos com idade entre 10 e 18 anos. A cerimônia começou no dia 05 de julho com previsão de término entre os dias 03 a 07 de agosto.
A escolha da época em que o menino participaria do ritual foi da sua família. “A própria família procura o pajé para passar pelo ritual”, relata o cacique da Aldeia Boto Velho, Wagner Mairea Javaé, que também é pai de um dos meninos participantes do Hetohoky. A cerimônia não era realizada na aldeia há 20 anos. “Tive cinco filhas, depois [nasceu] meu rapaz que está participando agora, então esse intervalo de 20 anos é porque só havia mulheres em casa. Com a chegada dele, me preparei para que isso acontecesse, porque ele tem que passar pelo ritual”, explica o cacique Mairea Javaé.
Para a cerimônia, eles foram adornados “pelos familiares com pinturas e plumas dos pássaros, os enfeites [são utilizados] para diferenciar que eles estão passando pela fase de menino para rapaz”, esclarece o cacique Mairea Javaé.
Guardiões cantam e dançam pela aldeia durante o Hetohoky. Crédito: Manoel Jr./Governo do Tocantins
Várias atividades compõem o ritual, a partir da condução dos meninos pelos guardiões (chamados de Aruanã) e por seus padrinhos até a Casa Grande (hetohoky), onde permanecem durante cerca de 21 dias, até o final da cerimônia.
De lá, saem para acompanhar atividades do ritual, como caça, cabo de guerra e luta corporal entre seus padrinhos e guerreiros, ou receber o cuidado de suas mães ao passarem o óleo de tucum em suas peles como repelente. Só entram na Casa os padrinhos e guardiões, os quais acompanham todas as saídas dos meninos.
Enquanto estiverem na Casa Grande, recebem ensinamentos sobre seu povo. “A partir do momento que eles vêm pra cá para se tornarem adultos, aprendem como conduzir aqui dentro, aprendem a ter disciplina e respeito com as pessoas. Aqui esses meninos recebem conselhos de como ser uma boa pessoa”, conta o cacique Mairea.
A divulgação e valorização de costumes e tradições da população indígena é uma das estratégias para promover a preservação dos patrimônios imateriais adotada pela Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), com, por exemplo, a participação presencial em festividades e celebrações para produção de materiais fotográficos e audiovisuais visando também a construção de um acervo sobre a vida dos povos originários no Tocantins.
Manoel Jr. e Rafaela Mazzola/Governo do Tocantins