quinta-feira, 13 de março de 2025

COP30 e o Futuro do Turismo de Negócios no Tocantins: Por Que Precisamos de um Centro de Convenções?


Marcos Koche
Presidente da ABIH-Tocantins
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

Quando pensamos em grandes eventos globais, como a COP30, que ocorrerá em Belém em 2025, é inevitável refletir sobre o impacto econômico e social que essas iniciativas geram para uma cidade e todo o seu entorno. Dados do governo federal estimam que haverá mais de 40 mil visitantes, incluindo chefes de Estado, diplomatas, empresários e ativistas de 193 países membros. O evento da COP30 injetará bilhões de reais na economia local, mobilizando uma vasta cadeia de serviços, desde a hotelaria até o comércio, o transporte e a gastronomia, entre outros mais de 70 tipos de empreendimentos que são mobilizados com o turismo. Mais do que isso, acredito que o evento será um marco no fortalecimento do turismo de negócios e eventos, cabe destacar, que este é um segmento de alto valor agregado e que tem potencial para transformar o desenvolvimento econômico e social de qualquer região.

No Tocantins, temos um enorme potencial inexplorado no setor de turismo de negócios e eventos. Precisamos comemorar e reconhecer os avanços. De acordo com os dados mais recentes do Observatório do Turismo de 2023-2024, o setor demonstra crescimento. A movimentação financeira do turismo apresentou crescimento superior a 50% em comparação com o período anterior.  Houve um crescimento de 21% no número de visitantes e 15% no número de empresas do setor de turismo. Porém, enfrentamos uma limitação estratégica: a ausência de um Centro de Convenções moderno e estruturado, que possa atrair grandes eventos, congressos e feiras de negócios.

Um Centro de Convenções não é apenas um espaço físico, mas um catalisador econômico. Ele é capaz de ampliar o fluxo de visitantes durante todo o ano, reduzindo a sazonalidade do turismo, e estimular o surgimento de novos negócios e investimentos. Estudos mostram que o turista de negócios gasta, em média, quatro vezes mais do que o turista de lazer, movimentando diretamente o setor hoteleiro, bares, restaurantes, serviços de transporte, cultura, artesanatos e o comércio local. Estimativas indicam que, com um centro adequado, Palmas poderia movimentar mais de R$ 423 milhões por ano com o turismo de negócios, gerando empregos e fortalecendo toda a economia tocantinense.

Além do impacto financeiro, um Centro de Convenções criaria um ambiente de oportunidades para empreendedores locais, desde pequenas empresas de eventos e fornecedores de serviços até os profissionais autônomos. Também abriria espaço para o Tocantins sediar eventos nacionais e internacionais, ampliando nossa visibilidade no cenário econômico e turístico. Com o trabalho coletivo dos gestores das políticas públicas e do trade empresarial, Palmas tem tudo para se consolidar como uma referência para o turismo de negócios na região Norte do Brasil.

Diante desse cenário, é essencial que todos nós; empresários, lideranças, instituições públicas e sociedade civil reconheçamos a urgência da construção deste equipamento estratégico. O Centro de Convenções representa mais do que um prédio; é um investimento no futuro econômico do Tocantins. Um legado que garantirá novas oportunidades, desenvolvimento e fortalecimento das empresas locais. Assim como Belém se prepara para um novo ciclo de prosperidade com a COP30, Palmas também precisa se posicionar para o futuro. Portanto, faço um convite à reflexão e ao engajamento. O momento de agir é agora. Vamos trabalhar juntos para tornar o Tocantins um destino competitivo, inovador e preparado para as grandes oportunidades que o futuro nos reserva.


 

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