Por
Elpídio Lopes Fotos: Amábile Geovana
O Município de Tamandaré, no litoral pernambucano, é uma cidade servida pela costa do Oceano Atlântico, onde a iniciativa privada chegou com peso para explorar o potencial turístico da região.
A unidade municipal de bela beira-mar fica a pouco mais de 100 km de Recife, capital de Pernambuco, e tem a regalia de contar, nada menos, com a badaladíssima Praia dos Carneiros, cuja denominação provem do sobrenome dos antigos proprietários da localidade.
Praticamente
ligadas a Carneiros estão as praias Perua Preto, Campas, Orla de Tamandaré,
Praia do Forte e Boca da Barra, todas com águas rasas e cristalinas.
Os
atrativos ribeirinhos contam com dezenas de hotéis, pousadas e resorts, os
quais atraem banhistas do Brasil e do mundo. Além do atrativo natural, areia e
esplêndidas águas, são encontradas diversas outras alternativas de lazer, como
piscinas artificiais e marítimas. Também pode se usufruir do já conhecido banho
de argila do mar, tido como medicinal.
São
encontrados parques e balneários, restaurantes e bares que oferecem boa música,
uma culinária diversificada, típica da região nordestina e da beira mar. Entre
as alternativas ainda estão os passeios de lanchas, barcas e buggy.
Os visitantes de Carneiros, se desavisados, podem deixar de usufruir das outras praias que estão bem próximas, compostas de belos serviços, e das alternativas de lazer oferecidas pela cidade de Tamandaré, que está ao lado, como o Forte de Tamandaré e a feira da Vila do Padre Arlindo, entre outros.
Com
tantas qualidades, pode, mesmo assim, ser encontrados problemas. Parte dos
moradores da cidade questiona o afrouxamento, pela gestão municipal, por
conceder licenças indiscriminadamente à iniciativa privada, de forma a limitar
o acesso público em boa parte da orla.
“Segundo
dizem, a prefeitura estimula os investimentos privados que geram impostos, e
não cuida direito da cidade, são dezenas de ruas sem pavimentação e as
concessões dificultam o acesso público às praias”, são depoimentos ouvidos.
São
poucos os acessos para se chegar à beira mar, sem precisar desembolsar algum
dinheiro. Nos raros acessos livres, os visitantes precisam andar uma
considerável distância a pé.
Ocorre
que ao acessar as praias mesmo quando gratuitamente, na maioria das vezes, para
se usar bares e restaurantes precisa-se de alguma forma, pagar pelo uso do
espaço, ou pelos serviços como cover artísticos.
Se tratando de serviços não tão monopolizados, eles são encontrados próximos da histórica Igrejinha de São Benedito, construída pelo Visconde do Rio Formoso, no século XVII, ponto mais visitado e fotografado da Praia do Carneiro.
Ali encontram-se bancas ou carrinhos que vendem vários tipos de bebidas, comidas e petiscos, bem como artesanatos, castanhas e frutos do mar, que também são negociados por ambulantes que circulam a todo momento pela orla.
A
vantagem é que depois da pessoa chegar à praia, ela pode acessar vários
estabelecimentos, até encontrar aquele que melhor lhe agradar, sabendo, no
entanto, que raramente vai achar aquele que não cobra pelos serviços do dia ou
day use, na escrita inglesa.
Uma
observação: se você é daqueles que não gosta de dar prejuízo a alguém, fique
atento, pode acontecer dos garçons esquecerem de anotar alguns produtos
solicitados, mas pode também de eles lembrarem de anotar alguns itens que você
não pediu. “Olho vivo”.
Por
outro lado, muitas vezes o turista chega com pouca informação e acaba pagando
um transporte que não é barato, sendo que a distância do destino, pode estar
perto e daria para ir a pé, pela praia ou por ruas, pois as praias de
Tamandaré, boa parte delas são ligadas à região urbana.
A
alta temporada acontece durante o verão, entre dezembro e março. É o período
perfeito para desfrutar da praia e aproveitar os dias mais longos, que terminam
depois das 18h. De abril a agosto é o período de mais chuvoso e, por ser baixa
temporada, oferece preços mais acessíveis.
Breve
histórico
A
Praia dos Carneiros pertencia aos herdeiros da Viscondessa do Rio Formoso e foi
este local o primeiro, em Tamandaré - distrito de Rio Formoso, a servir de
arena para um cruento combate travado em 1570, antes da invasão holandesa,
durante o governo do donatário da Capitania de Pernambuco Duarte Coelho, entre
Luis de Melo e Silva, posterior donatário do Maranhão, e a esquadra de Achen.
Posteriormente
foi propriedade do Sr. José Henrique Carneiros que a deixou de herança para
seus filhos e cujo sobrenome induziu a denominação da localidade e da “Praia
dos Carneiros”. Na atualidade esta área é quase que exclusivamente ocupada por
residências de veraneio. Atualmente outros fatos contribuíram para o
crescimento da sua população urbana, entre eles:
• Criação em 1983 do CEPENE - Centro de
Pesquisa e Extensão Pesqueira do Nordeste, que recebeu funcionários públicos do
IBAMA e suas famílias;
• Criação entre 1980 e 1990 de loteamentos
populares - Estrela do Mar, Rio Formoso e COHAB - pelos governos municipal e
estadual, este fato estimulou a imigração de inúmeras famílias de municípios
vizinhos para esta cidade;
• Invasões no atual bairro Nova Esperança e
nas proximidades do Oitizeiro.
Em
1997, obteve a sua emancipação política através de Francisco Pinto de Freitas.
A população de Tamandaré hoje é estimada em 23.561 habitantes (Estimativa IBGE
para 2022). No entanto, durante a alta estação, este número aumenta em
aproximadamente 300%, devido à grande visitação de turistas brasileiros e do
mundo todo.
Considerando
uma versão de origem indígena
De
origem indígena, a palavra Tamandaré veio do vocabulário tupi ‘tab-moi-inda-ré’
que quer dizer ‘repovoador’.
De
antemão, Tamandaré era o ‘o repovoador’, que foi um pajé que foi avisado por
Tupã, que iria exterminar os homens.
Logo
após, houve um dilúvio e Tamandaré construiu uma arca para ele e sua família.
Então, ficou até o fim da grande tempestade, e quando as terras secaram, ele
retornou para reiniciar o seu povoado.
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