Rigorosa fiscalização na área do Parque busca garantir que o crescente
fluxo de visitantes não cause danos irreparáveis aos seus atrativos
Dunas atraem visitantes durante o ano todo; só em 2023 foram mais de 53 mil turistas - Foto: Walker Ribeiro/Governo do Tocantins
Uma paisagem exuberante, formada por rios, lagoas, cachoeiras,
corredeiras, ressurgências hídricas (os populares “fervedouros”) e dunas. Assim
é descrito o Parque Estadual do Jalapão (PEJ), que na sexta-feira, 12, completou
23 de sua criação pelo Governo do Tocantins e contou com programação especial na
sexta, 12, e sábado, 13.
As palavras, entretanto, não são suficientes para descrever a
diversidade paisagística do cenário paradisíaco desta Unidade de Conservação
(UC), localizada na porção leste do Estado, e que enche os olhos e encanta
turistas de todas as partes do Brasil e até do exterior.
Conforme o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), responsável
pela gestão do PEJ, o número de visitantes nos atrativos do parque (Dunas e
Serra do Espírito Santo) cresce a cada ano. Em 2023, foram 53.966 visitantes,
um aumento de 6.095 em relação ao ano de 2022.
Quanto às numerosas e crescentes visitas, o gerente das Unidades de
Conservação do Naturatins, Rodrigo Sávio, observa que, por se tratar de uma
área protegida, com enorme biodiversidade, o Instituto mantém rigorosa
fiscalização para garantir que o fluxo de pessoas não cause danos irreparáveis
ao lugar.
“Nossa prioridade é assegurar que as belezas do Parque Estadual do
Jalapão possam ser contempladas e que não pode ter sua integridade colocada em
risco seja pela atividade turística, de pesquisa ou qualquer outra ação. Por
isso mesmo, o acesso à UC é controlado e precisa ser autorizado pelo
Naturatins”, explica Rodrigo Sávio.
O gerente reforça que o PEJ representa a maior área contínua de Cerrado
do Brasil em alto grau de conservação, sendo abrigo para inúmeras espécies da
flora, a exemplo do capim-dourado e buriti; e da fauna, algumas, inclusive,
ameaçadas de extinção, como é o caso do pato-mergulhão.
O encantamento
O Parque Estadual do Jalapão recebe visitas durante o ano todo. As
impressões de quem conhece as belezas da Unidade de Conservação são as mais
variadas, porém, todos têm uma em comum: o encantamento.
Rosirene Gomes de Carvalho veio de São Carlos, em São Paulo. Ela está
com a família em Mateiros. Ela relata que é a primeira vez de todos no Jalapão
e que é tudo muito maravilhoso. “A gente tem se surpreendido, é uma experiência
nova”, disse a turista ao afirmar que estava muito feliz em conhecer um lugar
tão maravilhoso, em especial as dunas.
Também de São Paulo e visitando pela primeira vez o Parque Estadual do
Jalapão, o Gilson Gomes de Carvalho disse que o lugar é surpreendente. “Estou
impressionado com as dunas. Há muito queria conhecer o Jalapão e agora estou
aqui realizando este sonho”.
Outra debutante no Jalapão é a goianiense Fabiana das Flores Barros.
“Estou amando este lugar. As dunas são perfeitas. Sem dúvidas, é um passeio
maravilhoso. Adorando tudo, cada atrativo tem sua beleza”, afirma Fabiana ao
citar ainda as paisagens da Serra do Espírito Santo e as cachoeiras.
O jalapoeiro
Jalapoeiro raiz, o Alessandro Machado nasceu e foi criado no Jalapão.
Filho de família tradicional da região, ele fez seus estudos com foco no meio
ambiente e há pouco mais de 10 anos passou a ser servidor concursado do
Naturatins na função de guarda-parque. Alessandro fala com orgulho dos 23 anos
de criação do Parque Estadual do Jalapão.
“Para mim é muito importante essa data, tendo em vista que atuei como
supervisor do PEJ e pude contribuir com várias ações para assegurar a
integridade deste importante patrimônio natural do Tocantins e do Brasil”,
ressalta Alessandro ao destacar que as atividades junto à comunidade e do
Manejo Integrado do Fogo (MIF) foram bem produtivas em 2023, tendo a região
registrado apenas duas ações de combate a incêndio florestal.
Alessandro destacou também as ações de fiscalização do Naturatins nos
campos de capim-dourado e buriti e apoio à comunidade no que diz respeito às
atividades extrativistas de subsistência e da implementação do turismo de base.
Dados técnicos
O Parque Estadual do Jalapão foi criado em 12 de janeiro de 2001,
pertencendo à categoria de Unidades de Conservação de Proteção Integral do
Tocantins. O objetivo de sua criação é a preservação dos recursos naturais da
região na qual está inserido, fato que restringe suas formas de exploração,
admitindo-se apenas o aproveitamento indireto de seus benefícios.
O Parque tem pouco mais de 158 mil hectares e está concentrado apenas no
município de Mateiros, sendo que seus limites atingem os marcos divisórios
deste com os municípios de Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Tocantins e
Novo Acordo.
O Parque representa um importante patrimônio ecológico nacional, uma vez
que é atravessado por diversas sub-bacias que disponibilizam uma expressiva
oferta de recursos hídricos, que abastecem especialmente o rio Tocantins. Por
isso, o Jalapão é considerado a “caixa d’água” do Estado”.
Os recursos naturais do parque e de toda a área do Jalapão, bem como a
produção artesanal de suas comunidades, são protegidos por meio de ações e
projetos encabeçados pelo Naturatins, que atua com diversos parceiros,
dependendo da finalidade da ação proposta.
Acesso
A partir da Capital, Palmas, o acesso terrestre ao PEJ pode ser feito de
duas maneiras. Pelo Norte, com acesso pelas rodovias TO-020, trecho Palmas -
Novo Acordo (115 km), TO-030, trecho Novo Acordo - São Félix do Tocantins (147
km), seguindo depois pela rodovia TO-110, entre São Félix do Tocantins e
Mateiros (79 km).
Pelo Sul, o caminho entre Palmas e o PEJ percorre trechos de rodovias
pavimentadas como a TO-050 até Porto Nacional (60 km), que dá acesso à rodovia
parcialmente pavimentada TO-255, que passa por Ponte Alta do Tocantins (135 km
de asfalto) até atingir o município de Mateiros (165 km de terra). Uma rota
alternativa, em fase de pavimentação, é o acesso pelo município de Lagoa do
Tocantins.
Quando visitar
É possível visitar o Jalapão o ano todo, mas a estação seca, que vai de
maio a setembro, é a mais indicada, especialmente por causa das condições das
estradas. De outubro a abril, apesar de os dias serem menos quentes, as chuvas
podem atrapalhar os passeios, pois além de dificultar o acesso, deixa as águas
turvas e afeta a visibilidade do pôr do sol.
Atrativos
Na região do Jalapão, onde o PEJ está inserido, existe uma diversidade
de paisagens. Além de deserto, com imensas dunas alaranjadas e uma grande
quantidade de cursos d’água, existem ainda as rochas e a vegetação
diferenciada, com imensos campos de capim dourado e buritizais.
Dentro da área do Parque, os atrativos cuja visitação é contabilizada e
fiscalizada pelo Naturatins são as Dunas, cartão postal do Jalapão, composto
por areias finas e alaranjadas que chegam a 40 metros de altura, sendo um dos
locais preferidos pelos visitantes para assistir ao pôr-do-sol; e a Serra do
Espírito Santo, que oferece uma vista privilegiada da beleza e imensidão do
Jalapão. A trilha até o topo é de cerca de 8 km de ida e volta e o trilheiro é
recompensado com uma vista inesquecível do lugar.
Shirley Cruz/Governo do Tocantins
Nenhum comentário:
Postar um comentário