Durante cerimônia de adesão ao Pacote pela Igualdade Racial do Governo Federal, na segunda-feira, 20, em Brasília, além do anúncio de medidas de promoção da igualdade racial, foram entregues titulações de terras para mais de 300 famílias, entre elas moradores da Comunidade São Vicente, em Araguatins (TO)
O evento ocorreu no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, em cerimônia no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Vinícius Santa Rosa/Governo do Tocantins
Na data em que se comemora o Dia da
Consciência Negra, 20 de novembro, o Governo do Tocantins realizou a adesão ao
Pacote pela Igualdade Racial, lançado durante cerimônia no Palácio do Planalto,
em Brasília, pelo Governo Federal, com a presença do presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva.
A secretária dos Povos Indígenas e
Tradicionais do Tocantins, (Sepot), Narubia Werreria, participou desse momento
que abriu uma série de oportunidades para que o estado fortaleça as políticas
em defesa da população quilombola do Tocantins.
Representando a Sepot, também estavam
presentes a secretária executiva, Cristiane Freitas, e a diretora de Proteção
Quilombola, Ana Mumbuca. A Secretaria Extraordinária de Representação em
Brasília (Serb), também participou do evento, representada pelo assessor
especial Luis André Gomes Vaz e pela assessora de Assuntos Internacionais,
Aline Julgard.
O Pacote pela Igualdade Racial prevê um
conjunto de 13 ações desenvolvidas pelo Ministério da Igualdade Racial, em
parceria com outros dez ministérios e órgãos federais. Os estados do Tocantins,
da Bahia, do Maranhão e do Piauí foram os primeiros que anunciaram a adesão à
política. Juntos, esses estados têm 1.875 comunidades certificadas,
representando 51% das 3.669 comunidades quilombolas certificadas em todo o
Brasil.
Para o governador
Wanderlei Barbosa, por estar entre os primeiros estados a aderir à iniciativa,
o Tocantins demonstra ao Governo Federal o comprometimento com a causa.
"Quando decidimos criar, pela primeira vez na história do Tocantins, a
Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais, sabíamos que o nosso Estado
precisa avançar na defesa dessa comunidade. Hoje, nossa participação nesse
momento histórico está honrando o compromisso que fizemos de trazer mudanças
reais", afirmou.
A secretária Narubia
afirma que o momento é de reparação histórica dos povos originários e
tradicionais. “Nunca houve um pacote de medidas tão extensas quanto as que
foram apresentadas pelo Governo Federal. São projetos estruturados, com
recursos garantidos e monitorados por pessoas que sabem quais são as dores
reais das nossas comunidades indígenas e quilombolas. Vamos garantir que esses
recursos cheguem ao nosso estado, e àqueles a quem o governador Wanderlei
Barbosa determinou que cuidássemos”, afirmou.
Enfrentamento a
insegurança territorial
O maior investimento
do Pacto, mais de R$ 20 milhões, será destinado à Política Nacional de Gestão
Territorial e Ambiental Quilombola (PNGTAG), que promoverá ações para o
desenvolvimento sustentável dos territórios quilombolas.
Para celebrar o lançamento da PNGTAG,
durante a cerimônia foram entregues títulos que garantem a posse definitiva de
terras para mais de 300 família, entre elas, 55 famílias da comunidade da Ilha
de São Vicente, localizada no município de Araguatins/TO.
De acordo com o
IBGE, 12.881 pessoas são autodeclaradas quilombolas no Tocantins, sendo que os
municípios com as maiores comunidades são: Arraias (1.572), Chapada da
Natividade (1.304), Mateiros (1.190), Brejinho de Nazaré (1.022), Natividade
(867), Muricilândia (907), Aragominas (829), Paranã (778), São Félix do
Tocantins (682) e Santa Fé do Araguaia (671). Proporcionalmente, no município
de Mateiros está reunida a maior comunidade do Estado, com 43% da população
sendo autodeclarada quilombola.
Igualdade racial,
gênero e inclusão social
O Plano contempla projetos para o
enfrentamento ao racismo, promoção da igualdade de gênero e a inclusão social.
Um deles, a Política de Ações Afirmativas destinou R$ 9 milhões para
a promoção de ações que garantam oportunidades para mulheres negras, indígenas
e pessoas com deficiência.
Já o projeto Atendimento
Psicossocial, destinou R$ 8 milhões para a elaboração de protocolos e formação
especializada de pessoas que trabalham no atendimento psicossocial de mães e
familiares vítimas de violência.
Também foi lançado o Grupo de
Trabalho Interministerial de Comunicação Antirracista, que irá promover uma
comunicação mais inclusiva e respeitosa dentro da administração pública.
Educação, cultura e saúde
Para a área da
educação o Plano prevê o programa Caminhos Amefricanos, que vai investir R$ 22
milhões nos próximos quatro anos para promover o diálogo, a pesquisa, a
produção científica, a educação antirracista, as trocas culturais e a
cooperação entre Brasil e países da África, América Latina e Caribe.
Na área da cultura, três projetos
destinaram recursos para os projetos: Pequena África e Cais do Valongo; Hip-hop
como referência cultural e Dados e Cultura, que investirá em pesquisas,
monitoramento e avaliação de dados sobre a desigualdade racial.
Fonte: Governo do Tocantins
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