Além de um estande próprio,
o Tocantins também esteve presente na rodada internacional de negócios e no
espaço dedicado a mestres-artesãos
Maria Eduarda Ferraz / Governo do Tocantins
Compradores internacionais visitam estande do Tocantins durante a Fenacce. Créditos: Kadu Souza / Governo do Tocantins
Na última
semana, 11 artesãos tocantinenses estiveram em Fortaleza (CE), para
participação na Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), que aconteceu
entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro, onde expuseram e comercializaram
peças confeccionadas em matérias-primas como capim dourado, madeira, sementes,
barro, entre outros, e representaram o Governo do Tocantins em um estande
destinado ao Estado.
Ganhando a
atenção de visitantes e participando da rodada internacional de negócios,
artesãos tocantinenses levaram o artesanato produzido no Estado para outras
partes do país e do mundo. O total apurado em vendas chegou a R$ 93.849,00 e as
encomendas feitas para posterior entrega somam R$ 125.1280,00, com um total de
R$ 219.129,00 entre vendas e encomendas.
Presente na
feira, a artesã Maria Bonfim Moreira, que na oportunidade representou a
Associação de Mulheres Produtoras dos Projetos de Assentamento Santo Onofre e
Santa Tereza I, falou sobre sua participação no estande do Tocantins. “Essa é a
segunda feira que participo em Fortaleza e a minha experiência é muito boa,
porque assim podemos fazer vários intercâmbios com os colegas, outros artesãos,
e levamos para casa uma bagagem grande de conhecimento”, disse.
Núbia
Cursino é servidora da Secult e no Tocantins também atua como coordenadora
estadual do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Com mais de 20 anos
acompanhando artesãos do Estado em feiras, sente-se orgulhosa em ver os bons
resultados sendo colhidos. “O meu sentimento é de gratidão por eles ficarem tão
felizes e levarem o seu artesanato para várias feiras nacionais, tendo
oportunidades para representar o nosso artesanato tocantinense com muita
beleza”, contou.
Rodada de Negócios
Dentre os
artesãos participantes, selecionados através de um edital lançado pelo Governo
do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em julho deste ano,
cinco foram escolhidos pela curadoria da feira para participação no Projeto
Comprador, uma rodada internacional de negócios que reuniu compradores da
China, Jordânia, Irlanda, Áustria, Índia, Japão, Estados Unidos e Holanda.
A rodada
foi promovida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o PAB.
O trabalho
desenvolvido pelos artesãos do Estado fez sucesso entre os compradores
internacionais, que não só fecharam negócios dentro da rodada, como também
efetuaram compras de peças produzidas por outros artesãos tocantinenses
presentes na feira, levando o trabalho produzido no Tocantins para além-mar.
Raissa
Rossiter é diretora de Artesanato e Microempreendedorismo do Governo Federal e
ressaltou a necessidade da participação em eventos nacionais, já que as feiras
de artesanato, assim como outros espaços que são oportunidades de
comercialização, têm um papel muito importante para os artesãos e artesãs
brasileiros.
“É um
momento de mostrar para um público muito mais amplo a arte, a tradição e as
características socioambientais de cada lugar e o Tocantins é um estado que tem
uma riqueza e diversidade muito grande. Nós estamos aqui presenciando a
apresentação de artesanato que tem origem em comunidades quilombolas,
comunidades indígenas e sabemos o quanto preservar essa cultura, essa
identidade, mas ao mesmo tempo gerar oportunidades de renda, ocupação e
crescimento é um caminho muito importante”, explicou.
Economia criativa
De acordo
com informações do Sebrae, o termo Economia Criativa é utilizado como forma de
nomear modelos de negócio originados em produtos ou atividades desenvolvidas
através da criatividade e conhecimento de indivíduos como forma de geração de
renda e trabalho. A ideia de Economia Criativa vem ganhando espaço na
atualidade e a produção e comercialização de artesanato pode se encaixar nessa
descrição.
Segundo a
superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura, Kátia Maia Flores, o
artesanato do Tocantins representa a “força feminina, principalmente de
mulheres de baixa renda que não têm muita formação especializada, trazendo para
elas uma oportunidade de renda, trabalho e qualidade de vida”.
Kátia Maia
ainda explica a importância da economia criativa e de iniciativas como as
feiras nacionais, que ajudam a promover o artesanato de todas as regiões do
Brasil, e enfatiza as particularidades do artesanato produzido no
Tocantins.
“O
artesanato é um componente do nosso espírito criativo. Nosso artesanato, quase
todo ele, é feito de forma sustentável, utilizando flores, frutos, madeiras,
enfim, matérias-primas que são extraídas da própria natureza e transformadas de
forma criativa em produtos de beleza, em produtos que mostram muito do que nós
somos, do que nós sentimos e de como a nossa terra funciona. As feiras são uma
oportunidade de comercialização. Elas são uma troca, permitem o convívio com
outros artesãos, e essa troca possibilita inventar novas formas e alimenta a
cadeia. Além disso, é uma visão de mercado”, finalizou.
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