Seminário contou com a apresentação dos resultados do Relatório Anual de Desmatamento de 2022 do MapBiomas nos estados que compõem a região
Webinar contou com a apresentação do Relatório Anual de Desmatamento do MapBiomas nos estados que compõem o Matopiba (Reprodução/YouTube)
Os
resultados do Relatório Anual de Desmatamento (RAD de 2022) do MapBiomas nos
estados que compõem a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)
foram apresentados na quarta-feira, 24, durante webinar que contou a
participação do secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marcello
Lelis, e da diretora de Inteligência Ambiental, Clima e Florestas, Cristiane
Peres.
Na ocasião,
os órgãos estaduais de meio ambiente e Ministério Público apresentaram suas
ações de combate ao desmatamento em seus respectivos estados. O Ministério do
Meio Ambiente (MMA) também participou do webinar e apresentou suas ações.
Apresentados
pelo professor Washington Rocha (Coordenador Caatinga no Mapbiomas), os dados
do relatório do RAD 2022, apontam mais de 2 milhões de hectares desmatados no
país, sendo 625.040 com perda de vegetação nos estados que compõem o Matopiba,
o que corresponde a um crescimento de 37% em relação a 2021. Dos 76.193 alertas
emitidos no Brasil no ano passado, 12.036 foram detectados nesta área,
representando um crescimento de 14% no período.
Em 2022,
82.966 hectares foram desmatados no Tocantins, mas, segundo consta no
relatório, nenhum município do Tocantins integra a lista dos dez que mais
desmataram no ano no Matopiba. O relatório cita ainda que no município de Pedro
Afonso foi detectada a maior área desmatada no estado, com 2.260 hectares.
O
secretário Marcello Lelis destacou a disposição do Governo do Estado em
enfrentar estes números e anunciou que o Tocantins está trabalhando num grande
plano de enfrentamento ao desmatamento ilegal no Cerrado, a ser lançado em
breve.
Ele apontou
ainda que em 2022 foram realizadas 867 ações de fiscalização pelo Instituto
Natureza do Tocantins (Naturatins) e 1.274 este ano. Em relação aos autos de
infração, no ano passado, foram emitidos 484 no total, e 205 em 2023 até o
momento.
Marcello
Lelis citou o acordo de venda de créditos por redução do desmatamento que foram
transacionados com a Mercuria Energy Trading S/A como uma importante ferramenta
que permitirá uma revolução na política ambiental.
“Nosso
projeto do REDD+ prevê a pactuação com todos os setores envolvidos, entre eles
o agro, que foi chamado para fazer parte desta discussão porque a agricultura
no Tocantins já entendeu que é preciso produzir de acordo com as regras
ambientais. Nós estamos com esta missão que é fortalecer a politica ambiental e
o nosso maior foco é reduzir o desmatamento ilegal”, reiterou.
Para o
secretário Extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental
Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), André Lima, “o país vive um
desafio que é zerar o desmatamento até 2030. Os dados apresentados são
importantes e vão ajudar ainda mais a identificar a magnitude do problema e
qualificá-lo, para poder desenvolver e desenhar as políticas necessárias para
este enfrentamento”.
Ao encerrar
o seminário, o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, fez ainda um
apelo aos quatros estados para que tenham dados mais completos com números de
autorizações, autuações, embargos, disponíveis de forma aberta, bem completos
em suas respectivas plataformas para que possam integrar o monitor da
fiscalização que é um importante instrumento para reconhecer o trabalho que
está sendo feito por cada local e pelos órgãos ambientais de todo o Brasil.
“É muito
importante que estamos evoluindo nesta conversa e os avanços passam por este
tipo de discussão que estamos tendo aqui hoje”, avaliou.
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