Festividades iniciaram no dia 06 e se estendem até esta terça-feira, 15, em comemoração ao dia de Nossa Senhora D’Abadia, padroeira do município.
Cavaleiros disputam a corrida das argolinhas. Fotos: Setur/Governo do Tocantins
Os Festejos de Nossa Senhora D’Abadia, em Taguatinga, localizada na região das serras gerais, no sudeste do Estado, tiveram início no dia 6 de agosto com as missas em homenagem à padroeira da cidade. O evento tem o apoio do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur).
Festejos em Taguatinga homenageiam Nossa Senhora D-Abadia, padroeira da cidade
A 465 km da Capital, Taguatinga carrega em sua
história muita tradição, cultura e fé. As honras à Nossa Senhora D’Abadia,
padroeira da cidade, são marcadas por muita devoção e emoção durante as
festividades.
A festa atrai turistas de várias regiões e cidades
como Brasília, Goiânia, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e a capital Palmas. A
cidade também recebe visitantes do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, dentre
outros.
A festa é a mais aguardada pelos moradores do
município durante todo o ano. Os preparativos para os dez dias de festejos
ocorrem com antecedência e movimentam toda a cadeia econômica da cidade durante
o mês de agosto.
Cavalhadas
Além das missas, novenas e procissões, as
Cavalhadas viraram marca da programação dos festejos. O espetáculo resgata a
história de luta entre os cristãos e os mouros, povo muçulmano, na idade média.
A cerimônia de abertura do evento ocorreu no campo
de futebol da cidade, que se transformou no ambiente de guerra dos dois adversários,
simulando seus territórios, em um cenário rodeado de azul e vermelho, com a
decoração que representou os castelos dos cristãos e dos mouros, cada um de um
lado da arena.
As Cavalhadas simulam a disputa entre os cristãos
(trajados de azul) e muçulmanos (trajados de vermelho) para a supremacia de
suas religiões. A vitória dos cristãos marca a consolidação do cristianismo
naquela época até os dias atuais.
No campo, 12 cavaleiros de cada lado, encenam como
tudo isso começou relembrando a fé e história de um povo.
Encenação
A trama começa com a descoberta de um espião em
terras cristãs, onde o Rei Mouro planeja atacar, vencer e aumentar o seu
império. Enquanto isso, o Rei Cristão, firme na sua fé, observa uma de suas
súditas cavalgando pelos campos, conduzindo a bandeira da padroeira destas
terras. Nesse momento, entram a Rainha Cristã e a Rainha dos Mouros.
Logo após, um cavaleiro cristão procura pelo espião
mouro em suas terras, e o traidor espião, então, é morto. Com a vitória dos
cristãos, os mouros se convertem ao cristianismo e são batizados pelo pároco da
Igreja Matriz de Nossa Senhora D’Abadia , o padre Marcos Aurélio
Ramalho Silva.
“É um momento que marca a vida do povo católico e
do cidadão, onde o religioso e o cultural se encontram, que chamamos de
tradição. É um encontro com Deus e de uns com os outros”, afirmou o padre.
Os cavaleiros se posicionam no campo de batalha (os
mouros ajoelhados na frente dos cristãos) para serem batizados pelo padre.
Nesse momento, muitos cavaleiros se emocionam e, após o batismo simbólico, se
ajoelham em frente à Nossa Senhora, reverenciando e fazendo suas preces.
“A gente corre em homenagem à Nossa Senhora e é uma
emoção muito grande. Terminamos com a fé renovada e com o coração cheio de
esperança para 2024", relatou o cavaleiro cristão, Anderson Alves.
Lailton Almeida é cavalheiro mouro e veterano nas
Cavalhadas. Ele comentou que sempre sente a mesma emoção. “Eu corro as
Cavalhadas há 25 anos e sempre é um prazer e uma emoção participar”.
Para os cristãos, esse é um momento cheio de
representatividade e, muitas vezes, marcado por lembranças. “Eu fico até
emocionada porque lembro do meu marido, que se foi há cinco anos. Hoje, moro em
Goiânia, mas sempre venho aqui, para continuar a tradição”, comentou a
aposentada Maria Deusa Neiva.
“A gente arrepia e sente a emoção porque conheço o
significado da batalha e tenho lembrança e saudade de quando eu era cavaleiro”,
destacou o ex cavaleiro, Almiron Oliveira.
Outro momento bem aguardado pelo público são os
jogos que acontecem entre os cavaleiros, como o desafio de lança, tiro à cabeça
e corrida das argolinhas. É a hora em que as torcidas cristã e moura torcem
pelo seu lado do coração, emplacando uma disputa sadia.
Economia
O dia de Nossa Senhora D’Abadia é
comemorado em 15 de agosto, ponto alto dos festejos, em que ocorre também a
Missa do Vaqueiro. Mas, as festividades iniciam dias antes e toda a cidade se
organiza para receber os visitantes.
Os cavaleiros se preparam para os jogos, com o
treinamento dos cavalos, e abrilhantam a festa com seus trajes muito bem costurados
e cavalos adornados.
“É uma festa muito bonita. Eu, como tocantinense,
me sinto orgulhoso de ver como o Tocantins tem coisas boas e bonitas. E a
parceria entre o Governo do Tocantins e a prefeitura de Taguatinga proporciona
um evento dessa grandeza e oferecer à Nossa Senhora D’Abadia o destaque
que ela merece”, pontuou o Secretário do Turismo do Tocantins, Hercy Filho.
Uma grande estrutura é montada na cidade,
fomentando o turismo religioso, o empreendedorismo e movimentando a economia do
município. Bares, restaurantes e hotéis lotam de turistas, além de oferecer uma
imersão cultural para a população local. Além disso, filas de vendedores
ambulantes e camelôs lotam a principal avenida da cidade, que é decorada de
azul e vermelho.
“Turistas de toda região vem para os Festejos. Tudo
aqui fica lotado de gente e o comércio superaquecido. As Cavalhadas foram
agregadas na programação depois de um tempo, e para nós é símbolo de tradição,
cultura e conhecimento”, relatou o prefeito de Taguatinga, Paulo Roberto.
A programação contou, ainda, com atrações nacionais
durante as noites de festejos na cidade, entre elas os cantores Cléber e Cauan,
Tierry, Mano Walter, e a banda Caviar com Rapadura.
Quem participou dos Festejos de Nossa Senhora
D’Abadia 2023, viu a fé, devoção e tradição de um povo orgulhoso por sua terra.
Fonte: Ascom Setur/Governo do Tocantins
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