quarta-feira, 5 de julho de 2023

“FAZ UM TEMPÃO, MEU IRMÃO, UMA VOZ SE LEVANTOU...”

O refrão dessa música que, marcou a primeira campanha de Siqueira Campos a governador do Tocantins, ecoou por todo o Estado tão logo divulgada a notícia da passagem para o plano superior de José Wilson Siqueira Campos.

Por Luiz Pires, Edvaldo Rodrigues e Edson Rodrigues



O corpo de Siqueira Campos está sendo velado no Palácio Araguaia 

Por muito tempo, desde meados dos anos 1960, Siqueira Campos lutou, contra a oposição de muitos incrédulos, pela separação do Norte de Goiás e a criação do Estado do Tocantins. Essa era uma luta também das lideranças do Sul do Maranhão, que até hoje sonham com a criação do Estado do Maranhão do Sul. Siqueira tinha conhecimento disso, mas, com sua visão além do seu tempo, trabalhou pela divisão de um só Estado, no caso Goiás.

“Se incluísse parte do Maranhão no novo Estado, o projeto já nasceria destinado ao fracasso, pois o presidente José Sarney (presidente da República quando da criação do Estado do Tocantins) não deixaria”, afirmava Siqueira.

O cearense José Wilson Siqueira Campos teve uma carreira política meteórica no Norte de Goiás. Chegando à região no início da década de 1960, instalou uma grande serraria onde hoje é a cidade ..., criou uma cooperativa de produtores rurais e logo conseguiu a inimizade do todo poderoso senador Benedito Ferreira (Benedito Boa Sorte) e seu grupo político.

Em 1965, Siqueira Campos elegeu-se vereador pelo recém emancipado município de Colinas de Goiás e o primeiro presidente da Câmara Municipal. Rapidamente captou o sentimento separatista do povo nortense. Candidatou-se a deputado federal nas eleições de 1970, sendo eleito pela primeira vez e reeleito mais quatro vezes, a última como deputado constituinte, de 1987 a 1988, quando ganhou a eleição para governador do recém criado Estado do Tocantins, criado graças ao seu empenho, na Constituição Cidadã promulgada em 1988.

Elegeu-se governador do Estado por mais três vezes e, com seu temperamento forte e poder de decisão, implantou e consolidou o Tocantins. 35 anos depois, os resultados econômicos e sociais demonstram que valeu a pena sonhar e lutar.

Quando foi implantado, o território que formou o Estado do Tocantins, tinha pouco mais de 200 km de asfalto, ligando algumas cidades à rodovia Belém/Brasília. A maioria das sedes dos municípios eram abastecidas de energia elétrica através de geradores a óleo diesel, os famosos “motor de luz”, que funcionavam algumas horas por dia. Hoje o Tocantins é auto suficiente na geração de energia elétrica.

O lado direito do rio Tocantins chegou a ser chamada de “Corredor da miséria” por um ex-governador de Goiás. Pois nessa região que Siqueira construiu sua mais importante obra, a Capital do Tocantins, Palmas (nome em homenagem a São João da Palmas, cidade também planejada por Theotônio Segurado, hoje Paranã), proporcionando desenvolvimento para toda essa área.

Tomemos como exemplo o Parque Estadual do Jalapão, um dos principais destinos ecoturísticos do país, e a cidade de Porto Nacional, que se transformo em um polo educacional e da agroindústria. Siqueira Campos contribuiu muito para essa fase de empoderamento econômico e social de Porto Nacional e de todo o Estado, construindo a infraestrutura básica para gerar o desenvolvimento.

O ESTADO DA LIVRE INICIATIVA E DA JUSTIÇA SOCIAL, era o seu slogan de gestão preferido.

No mais, como está no brasão do Estado do Tocantins, CO YVY ORE RETAMA – ESSA TERRA É NOSSA.

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