Coluna
Minas Turismo Gerais – jornalista Sérgio Moreira
Dona Lucinha (1932-2019), foi responsável
por iniciar um movimento de revalorização dos ingredientes tradicionais da
cozinha mineira. Reconhecida no país e no exterior, ela foi empresária,
professora, escritora e pesquisadora, além de exímia cozinheira, deixando um
legado importante e inspirador para gerações de chefs e cozinheiros.
Secretário
de Estado da Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira com familiares e amigos de
dona Lucinha
Dona Lucinha nasceu na cidade do Serro, teve 11 filhos. Com suas receitas culinárias trouxe para Belo Horizonte o seu conhecimento e fundou o restaurante Dona Lucinha. Para homenagear Dona Lucinha foi inaugurado dia 8 de julho, na entrada do Mercado Central, entre a avenida Augusto de Lima e rua Curitiba, uma escultura de bronze da dona Lucinha. A homenagem imortaliza a imagem da mulher do Serro que dedicou a vida para promover a gastronomia pelo mundo. Ela morreu em 2019.
A
cozinheira foi retratada como amava passar a vida: com a colher na mão. "É
mexendo um doce que me lembro da minha mãe, ela era apaixonada pela arte de
cozinhar e pelo cheiro do tempero natural", lembrou a filha da homenageada,
Márcia Nunes. Lucinha foi a fundadora de restaurantes que levam seu nome,
localizados em Belo Horizonte e em São Paulo.
Para
Márcia a estátua da mãe no mercado eterniza a figura de dona Lucinha, que era
apaixonada pela diversidade de temperos comercializados no espaço. "Minha
mãe amava o mercado e sua imensidão de aromas e sabores. Tê-la eternizada desse
modo é esplendoroso. Além disso, o amigo e artista Léo conseguiu passar a
essência do amor que minha mãe tinha pelo mercado e pela gastronomia por meio
do olhar, mesmo em bronze o olhar da minha mãe está lá", comentou.
Na inauguração da estátua de dona Lucinha, sua filha Márcia e o artista plástico Léo Santana
Já o
escultor Léo Santana contou que foi fácil imortalizar a mulher que viveu
envolvida em meio aos sabores de Minas Gerais uma vez que teve a chance de
conhecer dona Lucinha. "Conheci Lucinha, poucas foram as vezes que
tive a oportunidade de esculpir uma figura que tive a chance de conhecer. Ela é
a minha obra de número 70, mas pelo significado de Lucinha na minha vida, esta
escultura é a meu número um", revelou emocionado o artista.
Cozinha Mineira é patrimônio cultural
imaterial
A partir do registro dos sistemas
culinários do milho e da mandioca, a cozinha mineira foi declarada patrimônio
cultural imaterial de Minas Gerais, no dia 5 de julho, durante a reunião do
Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep), no Palácio da Liberdade. A
deliberação aconteceu na mesma data em que se celebra o Dia da Gastronomia
Mineira.
Com o objetivo de celebrar e promover os
ingredientes, saberes e práticas que constituem a cultura alimentar mineira, o
Governo de Minas lançou na ocasião o projeto Cozinha Mineira Patrimônio -
Temporada 2023, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
“A proteção, que se deu nesta
quarta-feira (5) à cozinha mineira como patrimônio imaterial, continua nessa
temporada, a partir da qual nós vamos valorizar e promover a cultura alimentar
e gastronômica de Minas Gerais. Isso significa que teremos vários festivais da
cozinha mineira espalhados pelo estado, de forma especial no Circuito da
Liberdade. Teremos também ações para desenvolver o turismo de base comunitária
e, com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa),
pretendemos proteger e salvaguardar ainda mais a agricultura familiar”, pontuou
o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira.
Reunião
do CONEP no Palácio da Liberdade
Na sequência, ele ressaltou a
importância dos povos originários e tradicionais na construção da cozinha
mineira. “É sobretudo no povo negro, nos povos indígenas da nossa terra, que
nasce a genialidade dessa cozinha. É um dia de celebração imensa para Minas
Gerais essa declaração da cozinha mineira como patrimônio imaterial do estado”,
completou Oliveira.
O Cozinha Mineira Patrimônio contemplará
uma série de ações que reforçam a importância da cozinha mineira para a
cultura, o turismo e o desenvolvimento econômico e social do estado,
enaltecendo a cozinha mineira enquanto patrimônio imaterial.
A deliberação sobre o Registro dos
Sistemas Culinários da Cozinha Mineira – O Milho e a Mandioca são de grande
relevância para o reconhecimento e a valorização de saberes e práticas
desenvolvidos pelos povos originários e tradicionais, como as comunidades
indígenas e negras. A contribuição desses povos foi essencial para que a
mandioca e o milho constituíssem alguns dos pilares que sustentam a cozinha
mineira.
O secretário Leônidas Oliveira sublinha
como essa herança dos povos originários e tradicionais permeia a cultura
alimentar dos mineiros. “O fubá, que é produzido a partir do milho, deu origem
ao nosso angu e a diversos outros preparos, como broas, bolos e biscoitos.
Eduardo Frieiro, no livro ‘Feijão,
angu e couve’, demonstrou como a origem do angu está atrelada à história
dos povos de origem africana que contribuíram para construir os hábitos
alimentares em Minas Gerais, desde o período da formação do estado. A mandioca,
cultivada pelos indígenas, é outro elemento essencial do qual se extrai o
polvilho, que é a base do nosso pão de queijo, dos biscoitos, além da própria
farinha que é ingrediente do tropeiro. O registro dos Sistemas Culinários da
Cozinha Mineira - o Milho e a Mandioca, reverencia, assim, os povos
originários e tradicionais, os fazedores de farinha, que desenvolveram os
elementos fundantes da nossa cozinha”, reflete o secretário.
Primeiro sistema culinário caracterizado
pelo Iepha-MG
Os saberes ligados ao milho e à mandioca
constituem o primeiro sistema culinário a ser identificado pelo Iepha-MG no
âmbito das pesquisas sobre a Cozinha Mineira. Essa decisão é fruto de estudos
para a compreensão da cultura alimentar do estado, os quais vêm sendo
realizados pelo Iepha-MG e parceiros desde 2019.
Outra etapa desse trabalho foi a
identificação de quase 700 moinhos de milho e casas de farinha de mandioca em
Minas Gerais. O cadastro foi viabilizado por meio da ação conjunta entre
Iepha-MG, prefeituras, instituições de ensino, comunidades e pesquisadores.
O Registro dos Sistemas Culinários da
Cozinha Mineira – O Milho e a Mandioca compreende o ato de se alimentar de
maneira ampla, ressaltando os valores socioculturais, simbólicos e
cosmológicos. Fatores como o plantio, o processamento, a preparação, o consumo
são levados em conta junto as características de sociabilidade e ritualística
atreladas aos lugares, paisagens, instrumentos, métodos e técnicas que definem
os saberes culinários transmitidos ao longo das gerações.
Cozinha Mineira Patrimônio - Temporada
2023
O projeto Cozinha Mineira Patrimônio
visa, assim, à promoção do repertório alimentar e gastronômico mineiro, a
partir de ações voltadas ao fomento, à capacitação, à valorização e à
divulgação dos sistemas culinários da cozinha mineira enquanto patrimônio
cultural imaterial.
Além da entrega do dossiê para o
Registro dos Sistemas Culinários da Cozinha Mineira – O Milho e a Mandioca, o
Iepha-MG realizará a publicação de uma edição dos Cadernos do Patrimônio
dedicada ao tema. A divulgação de peça audiovisual sobre o assunto e de
material educativo a ser compartilhado nas escolas, bibliotecas e museus também
estão previstas.
Compõem o trabalho do Iepha-MG: ações de
identificação e pesquisa com finalidade de inventário ou registro dos saberes
relacionados aos sistemas culinários e agrícolas desenvolvidos pelas
comunidades tradicionais mineiras; organização e disponibilização do acervo
documental sobre os bens culturais protegidos a nível municipal relacionados
aos Sistemas Culinários da Cozinha Mineira para consulta pública; identificação
de feiras e circuitos gastronômicos da Cozinha Mineira; organização e
divulgação de um calendário que reúna as festividades gastronômicas
relacionadas aos sistemas culinários associados ao milho e à mandioca no
estado.
A articulação com os municípios é outro
ponto importante, a partir do estímulo às iniciativas de salvaguarda, tendo em
vista a pontuação no programa ICMS Patrimônio Cultural das cidades com bens
protegidos no âmbito da Cozinha Mineira.
Capacitações, por meio das Rodadas do
Patrimônio Cultural, promovidas pelo Iepha-MG, também deverão contribuir para a
formação de gestores sobre a temática da salvaguarda, incentivando a
participação dos mais diversos agentes de patrimônio, em especial, os
detentores do saber.
A realização de um programa voltado à
agricultura familiar, contemplando, por exemplo, comunidades ribeirinhas e
quilombolas, é outra ação prevista. Com o nome Agricultura Familiar e
Sustentável, o projeto visa preservar as práticas e conhecimentos transmitidos
por gerações enquanto também auxilia essas comunidades na geração de renda de
maneira sustentável. Esse trabalho será desenvolvido em parceria com a
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Empresa
de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA).
Campanhas - Além disso, a valorização da cozinha
mineira baseia uma nova campanha do Governo do Estado, concebida para promover
o destino Minas Gerais, a partir das “cinco estrelas” da atividade turística em
território mineiro: a experiência gastronômica, o turismo de natureza, de
aventura, os patrimônios históricos e a arte moderna e contemporânea.
No sábado (8/07), houve a inauguração,
no Mercado Central, da estátua em homenagem à Dona Lucinha (1932-2019),
responsável por iniciar um movimento de revalorização dos ingredientes
tradicionais da cozinha mineira. Reconhecida no país e no exterior, ela foi
empresária, professora, escritora e pesquisadora, além de exímia cozinheira,
deixando um legado importante e inspirador para gerações de chefs e
cozinheiros.
Destaque para o tema nas principais
feiras de turismo do país é outro objetivo. A cozinha mineira estará atrelada à
promoção da Candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como
Patrimônio Imaterial da Unesco, a qual deverá se intensificar até 2024.
Ampla divulgação do selo da Cozinha
Mineira Patrimônio, desenvolvido pelo Instituto Periférico, em todas as
ações, concursos e eventos que a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
(Abrasel) desenvolver no segundo semestre de 2023 também está no radar.
O Seminário Internacional da Cozinha
Mineira, que será sediado em Tiradentes, em novembro, é outra ação voltada à
capacitação e promoção da cozinha mineira contemporânea.
A criação do Observatório da Cozinha Mineira
é outro destaque. A proposta é estabelecer uma rede de pesquisa, com finalidade
de monitorar o desenvolvimento da cozinha mineira através do levantamento de
pesquisas, dados, números e elaboração de indicadores.
Press trips, famtours gastronômicos, parceria com influenciadores digitais e chefs da cozinha mineira complementam o conjunto dessas ações. Rodadas de negócios com produtores e agentes para formatação de produtos turísticos deverão acontecer também até o fim de 2023.
Azeite saborizado em Minas acaba de ganhar
cinco medalhas na Europa
A Kochen
Azeites Saborizados ganhou, na Itália, mais cinco medalhas com seus azeites no
dia 7 de julho, durante a 8ª Edição do EVO IOOC Itália, principal concurso de
Azeites de Oliva da Itália, entre os 5 mais importantes Concursos
Internacionais no Mundo.
O evento
ocorreu na Villa Comunale de Palmi, Cidade Metropolitana de
Reggio Calabria, Itália e a Sommelie Internacional de Azeite e CEO dos Azeites
Kochen Saborizados, Katya Salomão esteve presente para representar o Brasil e
os azeites brasileiros.
O evento
contou com visitas guiadas de degustação para conhecer a excelência mundial dos
azeites, conduzidas pelos júris internacionais do EVO IOOC Itália 2023 e com a
participação do presidente do concurso Dr. Antonio G. Lauro.
O azeite
saborizado de Baunilha ficou entre os 5 melhores do mundo! Medalha de ouro para
o trufa branca e baunilha e prata para cebola, frutos do mar e alho e
flor de sal.
“É muita
emoção poder ter estado lá na Itália para receber essas medalhas e ter um dos
nossos azeites entre os 5 melhores do mundo. Estamos trazendo para Minas mais
cinco medalhas e isso mostra como o estado tem se destacado no mundo com sua
gastronomia e produtos com qualidade e excelência”, conta Katya.
O azeite
saborizado Kochen surgiu no mercado há 5 anos e nasceu de uma paixão da
empresária Katya Salomão, que também é Sommelier Internacional de Azeites
AICOO – Itália, Sommelier de Azeite de Oliva UDELAR – Uruguai e mais
recentemente Sommelier IRVEA – Austrália.
“A
paixão pelo azeite veio de família. Sou de origem síria e os azeites sempre
estiveram presentes na nossa mesa. Minha avó paterna saborizava azeite para a
família, e aprendi com ela essa técnica”, fala Katya.
Saborizar
azeites é uma tradição bem antiga na história, mas, pouco explorado no Brasil.
Por isso, hoje, o maior objetivo da Kochen é poder desbravar esse mercado. Os azeites Kochen são produtos inovadores,
saborosos, que significam também cuidado, atenção, qualidade, tradição. São
feitos a base de insumos frescos, escolhidos a dedo. “Por exemplo, o nosso
defumado é feito a partir do vapor orgânico, ou seja, todos os nossos produtos
são o mais naturais possível”, afirma Katya. Os azeites já podem ser
encontrados nos principais empórios de todo Brasil. Contatos (31)99788-6627 Email: k.azeites@gmail.com Instagram:
@kochenazeitessaborizados Face: Kochen Azeites Saborizado
Coluna
Minas Turismo Gerais, Jornalista Sérgio Moreira @sergiomoreira63 Informações
para a coluna enviar para sergio51moreira@bol.com.br
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