Carine Flores
As apresentações das
quadrilhas reuniram mais de 200 participantes, que fizeram do evento um grande
espetáculo. O festival também contou com shows regionais do tradicional forró e
piseiro, e a participação maciça de ambulantes
Na edição deste ano, o festival trouxe a apresentação artística de três juninas, sem disputa de título. O empenho dos grupos nos enredos e coreografias encantou o público e abrilhantou o evento. Fotos: Marcos Filho Sandes / Secom Araguaína
A
23ª edição do São João do Cerrado de Araguaína foi marcada por muita emoção,
alegria e dança. Um público recorde de mais de 30 mil pessoas compareceu ao
Parque Cimba nos dois dias do evento, promovido pela Prefeitura de Araguaína
por meio da Secretaria do Esporte, Cultura e Lazer.
Sentada
bem próximo ao tablado de apresentações do São João do Cerrado, Dona
Benedita Peixoto, de 92 anos, uma das moradoras pioneiras de Araguaína, também
foi uma das primeiras a chegar no festival. Apaixonada pela cultura junina, ela
conferiu de perto a apresentação de todas as quadrilhas tradicionais da cidade
no domingo, 25. “É muito lindo, eu amo o São João, amo ver as danças, as
histórias. Todos muito alegres e felizes, isso é vida”, disse a moradora,
emocionada e um com grande sorriso no rosto.
Presente
nas duas noites, o prefeito Wagner Rodrigues destacou a alegria em ver as
famílias reunidas celebrando a tradicional festividade. “A presença de cada um
de vocês nessa grande festa é o que torna ainda mais especial o nosso São João.
Quero agradecer a todos que trabalharam para que o evento pudesse acontecer e
parabenizar todos os grupos que abrilhantaram ainda mais o festival”, ressaltou
Wagner.
Escolas
e comunidade
Na
abertura da primeira noite do evento, no sábado, 24, a plateia prestigiou a
apresentação dos alunos da escola Educandário Cristo Rei. Trajados tipicamente
como a festa manda, cerca de 100 crianças com idades entre 2 e 11 anos dançaram
e encantaram a plateia.
Motivada
pelos pais, Luciano e Carla, a pequena Ana Júlia de Souza, de nove anos,
expressou a alegria que foi dançar com os colegas para um público tão grande.
“No começo fiquei com vergonha, pois tinha muita gente, mas depois eu fiquei
muito feliz”, contou.
Logo
em seguida, foi a vez dos dançarinos da quadrilha “Eta Mundo Bom” entrarem em
cena. O grupo, da Comunidade Céu Azul, celebrou 10 anos de história, o que
tornou a noite ainda mais especial para os participantes.
“Estamos
aqui hoje para celebrar toda nossa dedicação e principalmente o amor pelo São
João. Quero agradecer a toda comunidade Céu Azul pelo apoio e por acreditarem
no nosso trabalho”, disse o coordenador, Lázaro Henrique.
Noite
das juninas tradicionais
A
segunda noite do São João do Cerrado, realizada no domingo, 25, contou com a
participação das juninas do grupo especial, que representam Araguaína nas
competições regionais e nacionais.
Com
o tema “A Trupe Divina... Estrada, Poeira, Estrela e Luar”, o grupo Encanto do
Luar abriu a apresentação com a soltura de balões brancos em homenagem a três
integrantes que faleceram no último ano e demonstraram, por meio da dança,
a coragem para viver o amor e enfrentar os desafios da vida.
“Olhar
para a arquibancada e ver os amigos, nossas famílias e tantas outras pessoas é
motivo de muita alegria para todos nós. Realizamos uma pequena homenagem aos
amigos que já partiram e a nossa apresentação falou sobre coragem para
enfrentar nossos medos, sobre como podemos lidar com partidas e,
principalmente, levamos a mensagem sobre sermos mais humanos em nossos atos e
palavras”, disse o presidente e marcador da quadrilha, Heden Sobrinho.
A
segunda junina a se apresentar foi a Malacabados, que contou a história “A
Peleja de Luzia nas Veredas do Sertão”, de uma mulher que decidiu se tornar
vaqueira e lutar contra o machismo.
“Mesmo
não tendo premiação, para o primeiro, segundo e terceiro colocado, sentimos a
mesma emoção dos anos anteriores. É um mix de sentimentos, de gratidão por
poder estar aqui e viver tudo isso, e principalmente destacar a força da
mulher”, disse Thiago Lopes, integrante da junina.
Celebrando
15 anos de criação, Os Fei de Cun Força trouxeram a temática “Reviver tudo
aquilo que foi bom”, com os melhores momentos da história do grupo. “Uma
sensação única e emocionante. Poder apresentar é ter o sentimento de dever
cumprido, após longos meses de preparo. Parabéns a todos, foi um
espetáculo", expressou a integrante Isadora dos Santos.
Comida
e entretenimento
Bolo
de puba, canjica, curau, bolo de milho, farofa e muito mais. Em meio a
tantas opções, foi difícil escolher qual prato típico comer durante a festa e
mais difícil ainda foi decidir em qual das 55 barracas para comprar.
Conforme
a organização, o São João do Cerrado 2023 também bateu recorde no número
de comerciantes no local, tanto que, na primeira noite de festa, a
vendedora Conceição de Maria Gonçalves superou as vendas previstas para
dois dias de evento.
“Sempre
é uma alegria estar aqui vendendo essas comidas gostosas. Não esperava vender
tanto hoje, estou surpresa e muito feliz ao mesmo tempo", disse Dona
Conceição.
Shows
e diversão
O
São João do Cerrado também levou ao público presente shows do tradicional forró
e piseiro com as bandas Forró de Mel, Max o Bom de Piseiro e Tadin de Nóis, na
noite do sábado, e Joan Alessandro e Flaguim Moral para encerra a festividade
no domingo.
“Preparamos
tudo com muito carinho para que esta edição fosse a maior de todas, e foi.
Superamos todas as expectativas de público com a presença de mais de 30 mil
pessoas em dois dias de evento, além de somar aumento no número de barracas
expostas aqui para alimentação e diversão das famílias que passaram pelo Parque
Cimba. Nosso objetivo é fazer com que a edição de 2024 seja ainda melhor, para
receber da melhor forma a população de Araguaína”, finalizou o secretário
interino da Cultura, José Miguel Filho.
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