Confronto na Floresta Amazônica, com armas silenciosas, orgânicas e letais. É nesse contexto que ocorre o enredo de Enquanto as Folhas Caem, segunda obra ficcional do autor e jornalista Penaforte Dias.
O livro é dividido em três partes e inicia de forma diferenciada com uma pequena e rápida biografia dos personagens-chave. Com uma trama que se passa na maior Floresta do mundo, é bem impactante, desde a capa que traz a imagem intrigante de uma sacerdotisa com a árvore da vida nas mãos. Essa figura faz a obra ser mais misteriosa, repleta de segredos e perigos.
Tudo vivenciado por uma gama de personagens com nomes sugestivos e personalidades fortes, como Espinho, Muriá, Cabelo Fino, Ravel, Áquila e Irina. Todos eles envolvidos na busca por algo maior, seja poder, riqueza, conhecimento, sabedoria ou paz.
Enquanto as Folhas Caem trata, sobretudo, do quão subjetiva é a alma humana, repleta de medos, desejos ocultos e dúvidas. E por isso oferece mais perguntas do que respostas, como: A sacerdotisa realmente apareceu? Foi apenas fruto da imaginação? Que armas silenciosas são essas? De onde vêm? Poder e controle sobre o quê?
O trabalho de pesquisa do autor é bem amplo e tem base em vários conhecimentos, desde as histórias ocorridas no fascinante Império Inca, nos conhecimentos xamânicos, em substâncias psicoativas e na metafísica, que discute filosoficamente o sentido da realidade e as forças da natureza.
As plantas e os animais de poder encontram-se também destacados. O uso desses elementos movimenta a trama.
“As plantas que contêm substâncias psicoativas são aquelas usadas dentro de cerimônias e que, quando utilizadas com a devida orientação, funcionam como instrumentos de expansão da consciência. Já os animais de poder aparecem para nos alertar sobre as forças sutis da natureza. Apesar de muitas vezes serem negligenciadas pelos humanos, elas nos despertam para uma melhor percepção do ambiente em que vivemos”, explica Dias.
Enquanto as folhas caem é um romance que contagia desde a primeira página. Mistério, esoterismo, espiritualidade e amor fazem o caldeirão de sentimentos ressoar e remeter o leitor a uma viagem que não é apenas para o Vale do Javari, ou a um canto remoto da floresta. Vai mais além. É uma viagem ao mundo interior? Pelo sim, pelo não, tem um ponto de virada impactante, quando toda a raiva e desejo de poder de um dos personagens se esvai diante da amizade e lealdade.
Para o autor, o título Enquanto as Folhas Caem remonta ao fato de que os dias passam, as épocas se vão, as pessoas que amamos entram e saem das nossas vidas, enquanto os fatos vão surgindo e o destino vai se delineando. “Além disso, este trabalho questiona também a visão que temos do mundo e do que ele vai se tornar. Em geral, aquilo que sabemos é apenas parte da verdade”, explica Penaforte. Para ele, a Floresta representa o inconsciente e a viagem para dentro dela é o autoconhecimento.
Narrado a partir do olhar aguçado do autor, com paixões intensas e narrativa carregada de magia e encantamento, essa é uma daquelas obras que não se pode deixar de ler.
O lançamento será no próximo dia 29, às 20h, na casa de eventos 4ZERO2 (antigo Mumbuca/Coronel), em Palmas. A atração artística fica por conta do show do cantor Nando Cruz e convidados, a partir das 21h.
O autor
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