Seleucia Fontes/Governo do Tocantins
Representantes do Governo do Tocantins e da Funai
acompanharam a festa do Hetohoky, na Aldeia Santa Isabel, e discutiram vários projetos.
O Hetohoky, tradição preservada entre o povo Iny, poderá ser aberto aos turistas_Tharson Lopes_Governo do Tocantins
Assumir o papel de protagonismo na atração de
turistas ao Tocantins, com foco na valorização cultural e ambiental, para gerar
não apenas emprego e renda, mas principalmente cidadania e preservação das
tradições indígenas. Esta foi uma das demandas apresentadas pelas lideranças do
povo Karajá, no último final de semana.
A reunião ocorreu durante a festa do Hetohoky, na
Aldeia Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, e contou com a participação
de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), das secretarias de
Cultura, Turismo e Comunicação do Estado e da secretária dos Povos Originários
e Tradicionais, Narubia Werreria Karajá.
Durante reunião na casa do cacique, foram apresentadas várias demandas do povo Karajá_Tharson Lopes_Governo do Tocantins
Durante o encontro foram levantadas demandas
relacionadas a setores diversos. O desenvolvimento de projetos de etnoturismo na
Ilha do Bananal foi pontuado como um eixo ligado a outras necessidades, como
infraestrutura básica de saneamento e melhorias habitacionais, infraestrutura
turística em lagos propícios à pesca esportiva, trilhas e acampamentos para
pernoite dos visitantes, além de apoio e divulgação de eventos culturais e
históricos e para a produção artesanal.
O gestor público Marcos Miranda e o arquiteto Luiz
Hildebrando, que representaram a Secretaria de Turismo, ressaltam que já há
ações em desenvolvimento pela Pasta e que deverão ter continuidade, incluindo
novas capacitações para condutores de turismo indígenas e ajustes na
organização das festas, em conformidade com as lideranças locais. A Secretaria
de Cultura esteve representada pelo técnico Kenar Lima, da Gerência de Economia
Criativa, que realizou levantamento da atividade artesanal.
“O Governo do Estado está comprometido com a tarefa
de melhorar as condições de vida das comunidades indígenas tocantinenses e o
etnoturismo pode exercer um papel estratégico”, afirma o secretário de Turismo
Hercy Filho, pontuando que as ações devem envolver as secretarias dos Povos
Originários e Tradicionais e da Cultura, além de outras pastas e instituições.
Tião Pinheiro, secretário de Cultura, ressalta que
a elaboração de políticas públicas para o setor é uma orientação do governador
Wanderlei Barbosa. “O Governo do Tocantins tem a missão de valorizar a rica
cultura dos povos indígenas”, pontua.
Interesse
O interesse em mostrar o Hetohoky (lê-se Retorrokã,
que significa Casa Grande) aos turistas foi ressaltado pelo cacique da Aldeia
Santa Isabel, Tuilá Silva Karajá, durante a reunião. O ritual, que marca a
passagem dos meninos para a vida adulta, é apenas um dos eventos tradicionais
do povo Iny (Inã), que inclui ainda os Javáe, também habitantes da Ilha do
Bananal, e os Xambioá.
Também vivem na Ilha os Avá Canoeiro e vale
ressaltar que toda a área é um santuário ambiental preservado que guarda uma
história pouco contada: além de ter abrigado uma base aérea com presença
militar fixa, quase foi transformada em balneário pelo presidente Juscelino
Kubitschek, que chegou a construir um hotel onde recebeu autoridades nacionais
e internacionais. Após um incêndio, ficaram as ruínas da construção, localizada
na Aldeia JK.
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