Thuanny Vieira/Governo do Tocantins. Fotos: Naturatins/Divulgação
O Marco Global da
Biodiversidade é o documento resultado da COP 15, em que as nações nacionais e
subnacionais se comprometem com os objetivos e metas acordadas durante a
Conferência.
Representantes de vários estados brasileiros, inclusive do Tocantins, durante a COP-15, no Canadá
Com a publicação
dos quatro objetivos e as 23 metas acordadas entre os governos nacionais e
subnacionais, o Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework (Marco Global de
Biodiversidade - GBF) encerrou a Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre
Diversidade Biológica (COP-15), no último dia 19.
Embora, as metas
acordadas no documento sejam audaciosas, o Tocantins se destaca com as suas
ações ambientais já desenvolvidas. Um exemplo é que foi acordado que a proteção
de 30% do território até 2030. E o Tocantins já possui 22,6% de áreas
protegidas, somando as unidades de conservação federal, estadual e municipais e
terras indígenas, uma média bem superior à mundial, que é de 17%. O Tocantins
soma esforços, agora, juntamente com outros governos para que outras categorias
de áreas de preservação também estejam no cálculo.
O presidente do
Naturatins, Renato Jayme, se comprometeu a participar das agendas globais em
torno dessa discussão para o cumprimento da meta e, com isso, garantir uma
produção sustentável e que, ao mesmo tempo, conserve a biodiversidade do
Tocantins.
“Com a nossa
participação na COP, podemos somar esforços para o cumprimento das metas;
estamos nos conectando com todos os organismos internacionais e nacionais
possíveis para que juntos possamos cumprir com as metas, garantindo um
desenvolvimento econômico sustentável e protegendo o nosso bioma, considerando
a nossa vocação que é o agronegócio”, enunciou.
Secretário da Seagro, Jaime Café, e presidente do Naturatins, Renato Jayme, durante a COP-15
Jaime Café,
secretário da Agricultura, Pecuária e Piscicultura do Tocantins, aposta ainda
na certificação e rastreabilidade das produções agrícolas do Estado do
Tocantins. “Precisamos criar mecanismos de certificação e rastreabilidade, de
modo a garantir a conservação dos nossso biomas, mas também acessar mercados
internacionais, que já têm a compreensão de que a sustentabilidade entre a
produção agrícola e a conservação é o melhor caminho para protegermos o nosso
meio ambiente e garantir a segurança alimentar”.
Para a
superintendente da Secretaria de Educação e Cultura, Morgana Nunes a participação
do Tocantins é uma mostra de que o Estado está alinhado às políticas mundiais e
que todas as decisões perpassam pela educação e cultura da população.
“Participar da COP 15 foi uma grande experiência, o Tocantins poder participar
de decisões que impactam o mundo na biodiversidade, debates e painéis
riquíssimos, onde vários estados e países estão preocupados com a preservação e
alimentação”, avaliou Morgana.
A superintendente
disse também que as discussões sobre biodiversidade perpassam pela educação,
pela cultura das pessoas e que a participação do Tocantins em eventos
internacionais como a COP é fundamental para ampliar a conexão com outros
países que têm recursos para investir na biodiversidade.
“Foi um momento
ímpar para o mundo e para o Tocantins, e o mais importante é ver o Estado,
ainda jovem, no centro do país, investindo e capacitando técnicos no intuito de
desenvolver a agricultura aliada à biodiversidade, isso é de uma riqueza ímpar
e particular para o Tocantins”, ressaltou Morgana.
O diretor de Áreas
Protegidas e Biodiversidade do Naturatins, Warley Rodrigues, salienta que,
embora as ações ambientais já sejam desenvolvidas, é necessário ser mais
estratégicos e transformá-las em um grande plano de proteção à biodiversidade.
“A COP nos deu um
olhar de que a gente precisa integrar mais as nossas ações e formular uma
grande estratégia, mostrar como essa grande estratégia está sendo aplicada e os
resultados disso”, disse o diretor.
Ele citou como
exemplo a vinculação da redução das áreas incendiadas dentro das unidades e a
sociobiodiversidade, que é o trabalho com a Rede Jalapão e que o Naturatins vem
acompanhando ao longo do tempo.
“Em resumo,
acredito que é a oportunidade de a gente pegar as nossas ações pontuais e
alocar elas dentro de um plano maior e apresentar os resultados que isso
proporciona”, projeta Rodrigues.
O Marco Global da
Biodiversidade (GBF)
Dentre as
principais metas estão:
1; Conservação e
gestão eficazes de pelo menos 30% da terrestres, águas interiores, áreas
costeiras e oceanos, com ênfase em áreas de particular importância para a
biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas e Serviços. O GBF prioriza
organizações ecologicamente representativas e bem conectadas e sistemas
equitativamente governados de áreas protegidas e outras áreas de conservação
eficazes, reconhecendo territórios indígenas e tradicionais e práticas.
Atualmente entre 17% e 10% das áreas terrestres e marinhas do mundo
respectivamente, estão sob proteção.
2- Restauração
concluída ou em andamento em pelo menos 30% das áreas degradadas terrestres,
águas interiores e ecossistemas costeiros e marinhos.
3- reduzir a quase
zero a perda de áreas de alta importância para a biodiversidade, incluindo
ecossistemas de alta integridade ecológica.
4- cortar o
desperdício global de alimentos pela metade e reduzir significativamente o
consumo excessivo e geração de resíduos.
5- reduzir pela
metade o excesso de nutrientes e o risco geral representado por pesticidas e
produtos químicos altamente perigosos.
6- Eliminar
progressivamente ou reformar até 2030 os subsídios que prejudicam a
biodiversidade em pelo menos US$ 500 bilhões por ano, enquanto aumenta os
incentivos positivos para conservação e uso sustentável da biodiversidade.
7- Mobilizar até
2030 pelo menos US$ 200 bilhões por ano em investimentos domésticos e
financiamento internacional relacionado à biodiversidade de todas as fontes –
públicas e privado. Estas são algumas das metas a serem atingidas.
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