sábado, 19 de novembro de 2022

RECRIAR VIDA, UM PROJETO QUE ULTRAPASSA OBSTÁCULOS

Com o lema “percorrendo os rincões do Brasil”, e tendo como principal objetivo oferecer ferramentas e informações de preservação da vida, o Projeto tem percorrido estados, ganhando novas parcerias e gerando resultados. Um dos objetivos em 2023 é investir em pesquisas.

Divulgação 

 Muita chuva, travessia no Rio Javaé, diversos atoleiros já na maior ilha de água doce do mundo – Ilha do Bananal, alguns quilômetros de estrada de chão e muita vontade de levar as ações para os rincões do Brasil. 

Todos os obstáculos percorridos pela equipe da Recriar Vida, uma empresa tocantinense que atua na mitigação de riscos sociais para crianças, jovens e adultos, são apenas ingredientes para uma atuação que tem rendido resultados e chamando a atenção de diversos municípios do Tocantins, fora do estado, dos Governos Federal e Estadual e de organismos da sociedade civil, tanto brasileiros quanto estrangeiros.

Ao longo dos últimos anos, as ações tem percorrido escolas, unidades de atendimento da assistência social, profissionais da saúde e sociedade de uma maneira em geral. Foram milhares de pessoas atendidas, com palestras, oficinas, treinamentos, entregas de conteúdos didáticos e paradidáticos. 

Contudo, o que mais surpreende no projeto, é o alcance geográfico. Percorrer os rincões se tornou um lema, porque as ações focam não apenas o conforto das escolas nas cidades, mas especialmente as comunidades de zona rural e em especial os indígenas.

Somente nesta semana, após o feriado prologando da proclamação da república, foram seis aldeias visitadas, que tiveram a oportunidade de receber kit’s didáticos e a palestra do empreendedor social, Ricardo Ribeirinha. Na Ilha do Bananal, foram percorridas comunidades compreendidas nos municípios de Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia.

De acordo com Ricardo Ribeirinha, autor e palestrante que percorreu a região e atualmente comanda o Projeto Recriar Vida, o que se percebe é a ausência de atenção para essas comunidades, o que acarreta numa série de outros problemas sociais. 

“Visitamos os povos originários, e percebemos que o grande problema dessas comunidades é o isolamento das ações do poder público de uma maneira em geral. A gente vem para tentar passar um pouco da nossa experiência e conteúdo sobre prevenção ao suicídio, ansiedade, depressão, pobreza, violência, e o que percebemos é que o que falta na verdade é a presença das pessoas para oferecer esporte, cultura, lazer e atenção. Somos tão bem recebidos, as pessoas independente da faixa etária ou grau de instrução nos ouvem atentamente, e na saída percebemos que deixamos uma esperança mas que precisa ser constantemente aquecida, fomentada. Em 2023 vamos focar mais ainda nessas comunidades. É o nosso objetivo, salvar vidas, sem olhar os obstáculos sejam eles financeiros ou geográficos”, afirmou um emocionado Ribeirinha.

 IMPRESSÕES E O SETEMBRO AMARELO

Observando as pessoas e seus comportamentos, é perceptível o anseio por informação, pela simples atenção e por um gesto de acolhimento. Talvez seja esse o caminho para reduzir um problema, em especial, que tem afligido o poder público e os líderes indígenas: a ideação e os casos de suicídio. 

Os últimos dados públicos do Ministério da Saúde, disponíveis para consulta, mostram um crescimento substancial nos casos de suicídio nas comunidades indígenas. Entre os anos de 2011 a 2017 o aumento foi de mais de 12%, representando um total de 5,7 óbitos a cada 100 mil habitantes. Um número muito alto. 

No Tocantins, os relatos são cada vez mais comuns entre casos de tentativa e consumação do ato. Um problema que precisa ser debatido e enfrentado. A impressão que se tem em cada visita, é da necessidade de uma política contínua, que busque com especialistas, diálogo, informação e ações consistentes, a busca de soluções coletivas que possam encontrar resultados positivos. 

Inserir setembro como um mês de prevenção e atenção ao tema é um avanço, mas ainda demanda uma política contínua mais assertiva e dinâmica para estas comunidades. Um desafio coletivo, que conta com parcerias e a disposição de ações como as empreendidas pela Recriar Vida, e outros agentes públicos e privados que cuidam dos povos originários.

PARCERIAS COM PARLAMENTARES

Nos últimos anos as ações tem contado com inúmeras parcerias com as prefeituras municipais. Na região da Ilha do Bananal ganham destaque as cidades de Formoso do Araguaia e Pium, que tem estimulado as ações nas comunidades indígenas e da zona rural. 

Os projetos tem sido possíveis, por intermédio do financiamento público do Governo Federal através da SENAPRED, pela parceria com a United Office Drugs and Crimes - UNODC/ONU e de parlamentares como congressistas Professora Dorinha e Eli Borges e dos Deputados Estaduais Cláudia Lélis, Cleiton Cardoso e Ricardo Ayres. 

A novidade para 2023 é uma parceria com o Deputado Federal Carlos Gaguim, que destinou recursos no orçamento da União para que sejam atendidos exclusivamente as comunidades indígenas da Ilha do Bananal. Em diálogo com o parlamentar, por telefone, Gaguim afirmou que além da política municipalista dos membros do congresso, existe um entendimento de que as políticas assertivas aos que mais precisam, podem e devem ser fomentadas. 

“Vejo as ações de projetos como o Recriar Vidas, ESCUDOS, entre outros no nosso Estado que vão aonde estão as comunidades mais isoladas. É nosso papel apoiar essas ações, inclusive como forma de ajudar os nossos prefeitos a melhorarem suas políticas locais. Fiz o compromisso de ajudar o projeto para os povos originários e espero que os resultados sejam positivos, levando cidadania a cada criança, jovem e adulto que precisa no Tocantins”, reiterou o congressista.

AGENDA E AÇÕES 2023

Somente durante essa semana, foram atendidas as cidades de Pium, Formoso do Araguaia, Figueirópolis e Alvorada, que encerra as ações da semana neste sábado, 19 de novembro. A partir das próximas semanas o projeto volta para região sudeste, na cidade de Novo Alegre. 

Em 2023, cidades como Muricilândia, Cristalândia, Palmeiras do Tocantins, Sítio Novo, Lavandeira, Palmeirópolis, Jaú do Tocantins, São Salvador, Crixás, Aliança, Paranã, Aguas Lindas de Goiás, entre diversos outros, deverão contar com novas etapas do projeto, aplicações de pesquisa territoriais, qualitativas e de campo, que buscam o aprimoramento de ações, em especial quanto aos problemas origem biopsicossocial. 

Sem obstáculos, os projetos vêm rompendo barreiras e a cada avanço, colhendo resultados, em especial quanto a melhoria da qualidade de vida de cada cidadão e cidadã, nos rincões do Brasil.

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