quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Mercado Central de Belo Horizonte completa 93 anos

Coluna Minas Turismo Gerais   Jornalista Sérgio Moreira


Considerado um dos três melhores mercados centrais do mundo, o melhor do Brasil, O Mercado Central de Belo Horizonte completa dia 7 de setembro 93 anos de atividades. O “mercadão” é um dos principais pontos de atrações turísticas da capital mineira com sua diversidade de lojas, uma culinária deliciosa com aromas das comidas passando pelos corredores e variado cardápio das cachaças, cervejas licores e muitas supressas para o público em geral que passa em média cerca de 40 mil pessoas. Com 400 lojas bem administradas, é um marco da capital mineira.



Um pouco da gastronomia para o público

Temperos, aromas, sabores, crenças, cores: todas as características mais marcantes da cultura mineira dão charme e muita personalidade ao mercado mais querido de Belo Horizonte.  Há nove décadas, o Mercado Central é ponto turístico para quem vem de fora e ponto de encontro para quem vive na cidade.

Nesse tempo, deliciosos pratos da comida típica, diferentes formas de religiosidade, toda a criatividade e delicadeza do artesanato e muitos outros preciosos traços da cultura popular mineira fazem do Mercado Central um espaço único, que une tradição e contemporaneidade e encanta por sua singularidade.


Centenas de cachaças mineiras nas lojas

Belo Horizonte tinha apenas 31 anos quando um prefeito empreendedor resolveu reunir, em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos 47.000 habitantes da jovem cidade. Foi assim que o Mercado Central nasceu, no dia 7 de setembro de 1929: unindo as feiras da Praça da Estação e da praça da atual rodoviária. Em um terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, o prefeito Cristiano Machado reuniu todos os feirantes, centralizando o abastecimento da população. Nos 14.000 m² do terreno descoberto, circundado pelas carroças que transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda de alimentos.

O Mercado, então denominado Mercado Municipal, com sua atividade intensa e movimento alegre, funcionou até 1964, quando o prefeito da época, Jorge Carone, resolveu vender o terreno, alegando impossibilidade de administrar a feira. Para impedir o fechamento do Mercado, os comerciantes se organizaram, criaram uma cooperativa e compraram o imóvel da Prefeitura. No entanto, teriam que construir um galpão coberto na área total do loteamento no prazo de cinco anos. Se não conseguissem, teriam que devolver a área à Prefeitura.

Diversos queijos e doces mineiros nas lojas dão água na boca

A tarefa não foi fácil. A duas semanas do fim do prazo dado pela prefeitura, ainda faltava o fechamento da área. Foi então que os irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo decidiram acreditar no empreendimento e investiram no projeto. Foram contratadas quatro construtoras, ficando cada uma responsável por uma lateral, para que o galpão pudesse ser fechado no prazo estabelecido. Ao fim do prazo, os 14.000 m² de terreno estavam totalmente fechados. Os associados, com seu empreendedorismo e entusiasmo, viam seu esforço recompensado.

Assim, bem organizado e com participação ativa dos comerciantes, a cada dia ao longo dos anos o Mercado ampliava suas atividades, expandia seus negócios e se transformava em um núcleo não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato e de comidas típicas, tornando-se um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e um dos locais mais queridos pelos mineiros.

Fígado com jiló tradição nos botecos do mercado

Atualmente, com nove décadas de vida, o mercado possui mais de 400 lojas, oferece serviço de informações bilíngue, atrai todos os dias milhares de visitantes de todos os lugares do Brasil e do mundo e, em seus corredores, guarda grandes memórias e muitas histórias para contar.

Pensando na função social de ter suas portas abertas para todo o público, incluindo os clientes que possuem alguma dificuldade de mobilidade, o Mercado Central possui elevadores e rampas de acesso, disponibiliza cadeiras de rodas e mantém profissionais treinados para atendimentos especializados.

Com o projeto Consumidor do Futuro, atende escolas regulares e especiais, garantindo que crianças e jovens portadores de necessidades especiais também possam vir ao Mercado para descobrir as cores, os cheiros e os sabores diversificados.

Expectativa para novos tempos no turismo

A agitação do mercado turístico desde o final de ano de 2021 gerou uma enorme expectativa para os novos rumos do turismo no Brasil e no mundo. Conforme o Anuário da Braztoa, divulgado em abril, a pesquisa do Painel de Especialistas da Organização Mundial do Turismo (OMT) de janeiro de 2022 indica que 61% dos profissionais de turismo esperam um desempenho melhor em 2022 do que em 2021.


Público do Brasil exterior visitam estandes, fazem negócios para o desenvolvimento do trade turístico

Para o agente de viagens Victor Almeida, da Victor Travel, de Porto Alegre, a recuperação do setor turístico já é uma realidade e considera este, um dos melhores momentos desde o início da pandemia. “Acredito que eu tenha feito o tema de casa no período em que não havia venda de viagens. Falei com meus clientes, me coloquei à disposição, ajustei demandas e, agora, vejo um ‘boom’ de procura por viagens, especialmente internacionais, que é nosso carro chefe”, destaca Victor que atua no turismo há 18 anos, sendo uma agência especialista em América do Norte e referência em viagens para o Canadá e Estados Unidos.

A expectativa positiva da cadeia turística fica mais evidente, segundo mostram os números do Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo, o Cadastur. A plataforma atingiu a marca de 140.973 estabelecimentos e guias de turismo registrados. De acordo com o site do Ministério do Turismo, apenas nos primeiros quatro meses deste ano foram 4.419 novos cadastros.

Segundo relata Victor, há uma maior valorização do agente de viagens por parte dos clientes. “Percebo que os passageiros estão com medo, não só pela questão financeira, mas pela segurança e saúde, reconhecendo o papel do agente que é fundamental para uma viagem tranquila”, analisa Almeida que também faz um alerta: “Cuidado, busque um agente de viagens comprometido”, finaliza.

Por dentro das necessidades do turismo e do trade, e entendendo a força dessa retomada, o Festuris - Feira Internacional de Turismo, que ocorre de 3 a 6 de novembro, em Gramado, está com as inscrições abertas. Agentes de viagens e guias de turismo podem se credenciar de forma gratuita no site www.festurisgramado.com.br.

O Festuris Gramado é uma das principais feiras de negócios turísticos da América Latina e uma das mais antigas em atividade no mercado, alcançando a sua 34ª edição ininterrupta. Além da feira geral, o Festuris trabalha com espaços segmentados: Luxury, Green Experience, Business & Innovation, LGBT+ e Wedding. O Sebrae é patrocinador e Laghetto é a rede hoteleira oficial. Mais informações sobre o evento em www.festurisgramado.com.

Coluna Minas Turismo Gerais   Jornalista Sérgio Moreira @sergiomoreira63  Informações para a coluna enviar para sergio51moreira@bol.com.br




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