Coluna Minas Turismo Gerais Jornalista Sérgio Moreira
Considerado um dos três melhores mercados centrais do mundo, o melhor do Brasil, O Mercado Central de Belo Horizonte completa dia 7 de setembro 93 anos de atividades. O “mercadão” é um dos principais pontos de atrações turísticas da capital mineira com sua diversidade de lojas, uma culinária deliciosa com aromas das comidas passando pelos corredores e variado cardápio das cachaças, cervejas licores e muitas supressas para o público em geral que passa em média cerca de 40 mil pessoas. Com 400 lojas bem administradas, é um marco da capital mineira.
Um pouco da gastronomia para o
público
Temperos,
aromas, sabores, crenças, cores: todas as características mais marcantes da
cultura mineira dão charme e muita personalidade ao mercado mais querido de
Belo Horizonte. Há nove décadas, o Mercado Central é ponto turístico para
quem vem de fora e ponto de encontro para quem vive na cidade.
Nesse
tempo, deliciosos pratos da comida típica, diferentes formas de religiosidade,
toda a criatividade e delicadeza do artesanato e muitos outros preciosos traços
da cultura popular mineira fazem do Mercado Central um espaço único, que une
tradição e contemporaneidade e encanta por sua singularidade.
Centenas de cachaças mineiras nas
lojas
Belo
Horizonte tinha apenas 31 anos quando um prefeito empreendedor resolveu reunir,
em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos 47.000 habitantes
da jovem cidade. Foi assim que o Mercado Central nasceu, no dia 7 de setembro
de 1929: unindo as feiras da Praça da Estação e da praça da atual rodoviária.
Em um terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, o prefeito Cristiano
Machado reuniu todos os feirantes, centralizando o abastecimento da população.
Nos 14.000 m² do terreno descoberto, circundado pelas carroças que
transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda
de alimentos.
O
Mercado, então denominado Mercado Municipal, com sua atividade intensa e
movimento alegre, funcionou até 1964, quando o prefeito da época,
Jorge Carone, resolveu vender o terreno, alegando impossibilidade de
administrar a feira. Para impedir o fechamento do Mercado, os comerciantes se
organizaram, criaram uma cooperativa e compraram o imóvel da Prefeitura. No
entanto, teriam que construir um galpão coberto na área total do loteamento no
prazo de cinco anos. Se não conseguissem, teriam que devolver a área à
Prefeitura.
Diversos
queijos e doces mineiros nas lojas dão água na boca
A tarefa não foi fácil. A duas semanas do fim
do prazo dado pela prefeitura, ainda faltava o fechamento da área. Foi então
que os irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo decidiram acreditar no
empreendimento e investiram no projeto. Foram contratadas quatro construtoras,
ficando cada uma responsável por uma lateral, para que o galpão pudesse ser
fechado no prazo estabelecido. Ao fim do prazo, os 14.000 m² de terreno estavam
totalmente fechados. Os associados, com seu empreendedorismo e entusiasmo, viam
seu esforço recompensado.
Assim, bem organizado e com participação
ativa dos comerciantes, a cada dia ao longo dos anos o Mercado ampliava suas
atividades, expandia seus negócios e se transformava em um núcleo não só de
produtos alimentícios, mas também de artesanato e de comidas típicas,
tornando-se um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e um dos
locais mais queridos pelos mineiros.
Fígado
com jiló tradição nos botecos do mercado
Atualmente, com nove décadas de vida, o
mercado possui mais de 400 lojas, oferece serviço de informações bilíngue,
atrai todos os dias milhares de visitantes de todos os lugares do Brasil e do
mundo e, em seus corredores, guarda grandes memórias e muitas histórias para
contar.
Pensando na função social de ter suas portas
abertas para todo o público, incluindo os clientes que possuem alguma
dificuldade de mobilidade, o Mercado Central possui elevadores e rampas de
acesso, disponibiliza cadeiras de rodas e mantém profissionais treinados para
atendimentos especializados.
Com o projeto Consumidor do Futuro, atende
escolas regulares e especiais, garantindo que crianças e jovens portadores de
necessidades especiais também possam vir ao Mercado para descobrir as cores, os
cheiros e os sabores diversificados.
Expectativa
para novos tempos no turismo
A agitação do mercado turístico desde o final
de ano de 2021 gerou uma enorme expectativa para os novos rumos do turismo no
Brasil e no mundo. Conforme o Anuário da Braztoa, divulgado em abril, a
pesquisa do Painel de Especialistas da Organização Mundial do Turismo (OMT) de
janeiro de 2022 indica que 61% dos profissionais de turismo esperam um
desempenho melhor em 2022 do que em 2021.
Público
do Brasil exterior visitam estandes, fazem negócios para o desenvolvimento do
trade turístico
Para o agente de viagens Victor Almeida, da
Victor Travel, de Porto Alegre, a recuperação do setor turístico já é uma
realidade e considera este, um dos melhores momentos desde o início da
pandemia. “Acredito que eu tenha feito o tema de casa no período em que não
havia venda de viagens. Falei com meus clientes, me coloquei à disposição,
ajustei demandas e, agora, vejo um ‘boom’ de procura por viagens, especialmente
internacionais, que é nosso carro chefe”, destaca Victor que atua no turismo há
18 anos, sendo uma agência especialista em América do Norte e referência em
viagens para o Canadá e Estados Unidos.
A expectativa positiva da cadeia turística
fica mais evidente, segundo mostram os números do Cadastro de Prestadores de
Serviços Turísticos do Ministério do Turismo, o Cadastur. A plataforma atingiu
a marca de 140.973 estabelecimentos e guias de turismo registrados. De acordo
com o site do Ministério do Turismo, apenas nos primeiros quatro meses deste
ano foram 4.419 novos cadastros.
Segundo relata Victor, há uma maior
valorização do agente de viagens por parte dos clientes. “Percebo que os
passageiros estão com medo, não só pela questão financeira, mas pela segurança
e saúde, reconhecendo o papel do agente que é fundamental para uma viagem
tranquila”, analisa Almeida que também faz um alerta: “Cuidado, busque um
agente de viagens comprometido”, finaliza.
Por dentro das necessidades do turismo e do
trade, e entendendo a força dessa retomada, o Festuris - Feira Internacional de
Turismo, que ocorre de 3 a 6 de novembro, em Gramado, está com as inscrições
abertas. Agentes de viagens e guias de turismo podem se credenciar de forma
gratuita no site www.festurisgramado.com.br.
O Festuris Gramado é uma das principais
feiras de negócios turísticos da América Latina e uma das mais antigas em
atividade no mercado, alcançando a sua 34ª edição ininterrupta. Além da feira
geral, o Festuris trabalha com espaços segmentados: Luxury, Green Experience,
Business & Innovation, LGBT+ e Wedding. O Sebrae é patrocinador e Laghetto
é a rede hoteleira oficial. Mais informações sobre o evento em www.festurisgramado.com.
Coluna Minas Turismo Gerais Jornalista Sérgio Moreira
@sergiomoreira63 Informações para a
coluna enviar para sergio51moreira@bol.com.br
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