A cidade mais antiga do Tocantins completou 288
anos de criação na quarta-feira, 1º de junho. A comemoração deste ano retomou
atividades tradicionais, como a Alvorada às 5 horas, o Momento Cívico com
apresentações das escolas a partir das 7 horas, na Praça Leopoldo de Bulhões e o retorno da Folia do Divino Espírito Santo.
No mesmo dia foi reaberta a Galeria dos
ex-prefeitos na Casa de Cultura Amália Hermano Teixeira e iniciada a Feira
Gastronômica às 19 horas, com apresentações de grupos culturais. Na quinta e na
sexta, além da continuidade da feira gastronômica, shows musicais com o cantor
gospel Thalles Roberto e a dupla sertaneja Cleber e Cauan, sempre a partir das
22h30.
O secretário de Cultura
e Turismo do Estado, Hercy Filho, estará presente nas atividades de hoje, dia
3. “Natividade deve ser
vista com muito orgulho por todos os tocantinenses, por sua história, pelo
patrimônio arquitetônico, pela preservação das tradições e da religiosidade”,
afirma Hercy Filho.
Tradição
A Festa do Divino
Espírito Santo é uma tradição que já soma 118 anos na cidade histórica. A
programação também começou na quarta, às 19h30, com missa na Igreja Espírito
Santo, no Setor Jardim Serrano, atividade repetida quinta e sexta. O sábado
será marcado pela Vigília de Pentecostes e a Festa do Capitão do Mastro, às 20
horas, e no domingo, 5, haverá missa solene em honra ao Divino Espírito Santo
às 9 horas e a Festa do Imperador. As atividades serão transmitidas ao vivo
pelo Facebook @/paroquianossasenhoradanatividade.
A Festa do Divino Espírito Santo é o ápice de uma programação que iniciou no Domingo de Páscoa, com a saída das folias para o “giro”. No dia 26 de maio ocorreu o encontro dos três grupos de foliões no “Redondo”, na Praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Natividade, que também é padroeira do Estado do Tocantins.
História
Joias em prata e ouro na técnica da filigrana, típica da ourivesaria local. Tharson Lopes /Governo do Tocantins
O surgimento de
Natividade remonta às origens do Tocantins e ao ciclo do ouro, quando os
bandeirantes enfrentaram a resistência dos índios Xavantes e ocuparam a região
Norte de Goiás, por volta de 1734, dando origem ao primeiro povoamento da
região, São Luiz, nome logo depois alterado em honra a Nossa Senhora de
Natividade, padroeira do Estado e do município. Entre 1809 e 1815 foi sede do
“governo do Norte”, quando a capitania foi dividida. Em 1831 foi elevada à
categoria de vila.
A relação entre
colonizadores, escravos, mineiros, sertanistas, missionários e fazendeiros
resultou no sítio histórico reconhecido como Patrimônio Nacional dede 1987. O
casario com cerca de 250 prédios coloniais e igrejas preservadas entre ruas
irregulares e muros de pedra construídos por escravos guardam a memória do
Tocantins colonial.
Entre as igrejas
destacam-se a de São Benedito e a Matriz de Nossa Senhora da Natividade, de 1759. Os
negros também ergueram a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos,
construída em pedra canga. A obra, inacabada, foi iniciada no século 18 e
paralisada por volta de 1817, sendo hoje um dos destaques do centro histórico.
Cultura
Suça, dança típica preservada e ensinada às crianças e jovens nativitanos. Arquivo Sectur/Governo do Tocantins
Natividade também se
destaca pela preservação de seus bens culturais, como os Festejos do Divino
Espírito Santo, a suça, dança típica da região Sudeste do Estado, a culinária
tradicional, marcada por biscoitos como o Amor Perfeito, os licores, a paçoca
de carne seca e outras iguarias, além da manutenção do trabalho de ourivesaria
em filigrana, técnica herdada dos portugueses.
Turismo
Localizada na região
turística das Serras Gerais, Natividade também atrai turistas em busca de
natureza. O ecoturismo é propiciado por trilhas, rios e cachoeiras. O Complexo
Cachoeira do Paraíso é um dos mais belos atrativos. Os visitantes têm ainda
como opções de banho o poço do Purgatório, a cachoeira do Amor e as piscinas
naturais dos Poções e Moinho, onde ocorria a lavagem do ouro.
Já a caminhada pela
trilha de 6 km até o alto da Serra de Natividade e Olhos D’Água leva o
visitante às ruínas da povoação original, conhecido como Arraial de São Luiz,
além da contemplação da natureza rica em diversidade da fauna e flora.
O turismo religioso é um
dos potenciais do município, conhecido principalmente pela Romaria do Senhor do
Bonfim, pelos Festejos do Divino e pela atuação de Dona Romana, líder
espiritual da região.
Fonte: Assessoria de
Comunicação da Sectur Tocantins
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