Retorno do
feriado e de pontos facultativos em algumas regiões pode gerar aumento de
21,5% nas receitas, em relação ao ano passado, e a criação de 16,5 mil vagas
de trabalho temporário Refeição fora do domicílio terão grande movimento no carnaval deste ano
Apesar do
cenário ainda atípico, o carnaval em 2022 deve ter uma movimentação
financeira de R$ 6,45 bilhões, segundo projeção da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar do volume de receitas ser
21,5% maior do que o registrado em 2021, quando as celebrações também foram
suspensas, ainda está 33,7% inferior ao observado no carnaval de 2020,
realizado antes da pandemia ser decretada. Enquanto, no ano
passado, 20 governos estaduais optaram pelo cancelamento do feriado e dos pontos
facultativos, este ano, 11 das 26 capitais já confirmaram que manterão o
calendário. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que, apesar de o
carnaval não ser feriado nacional, é o principal evento da agenda do turismo
brasileiro. "Independentemente das festas que, em sua maioria, foram
adiadas ou canceladas neste ano, a decretação de feriado ou ponto
facultativo, em níveis regionais, acaba movimentando o setor de forma
significativa". E as projeções
reforçam essa relevância. De acordo com a Confederação, a expectativa para o
período é que, mesmo sujeito a restrições, o segmento de alimentação fora do
domicílio, representado por bares e restaurantes, movimente R$ 2,78 bilhões,
seguido pelas empresas de transporte de passageiros rodoviário (R$ 1,55
bilhões) e pelos serviços de hospedagem em hotéis e pousadas (R$ 0,66
bilhões), cuja receita é parcialmente gerada de forma antecipada. Juntos, os
três segmentos responderão por mais de 84% de todo o volume financeiro
produzido na data. Recuperação gradual O economista da
CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, avalia que a desaceleração da
pandemia e a queda do isolamento social ao longo de 2021 viabilizaram a
retomada gradual da atividade econômica no turismo e que, após a segunda onda
da doença, o volume de receitas do setor chegou a acumular alta de 57,5%,
segundo o Índice de Atividades Turísticas, apurado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). "Entretanto, os impactos adversos
decorrentes da deterioração das condições econômicas e, principalmente, da
chegada da variante Ômicron passaram a limitar o ritmo de recuperação do
segmento no fim do ano passado", observa. De acordo com o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), nos últimos 12
meses encerrados em janeiro, os preços dos bens e serviços mais demandados
durante o carnaval registraram oscilação média de +8,6%, situando-se,
portanto, abaixo da inflação média no período (+11,1%). A CNC projeta
variação de 9,8% nos preços médios desses bens ou serviços. Devem se destacar
as altas nos preços das passagens aéreas (+23,4%), carnes (+12,95) e bebidas
para consumo no domicílio (+12,8%). Para o
presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA),
Alexandre Sampaio, apesar de ser um período de maior procura, a tendência é
que os preços tenham uma variação inferior à prévia da inflação oficial, por
conta do panorama incomum. “No carnaval de 2021, o preço médio da hospedagem
recuou 8,9% em relação ao carnaval anterior. Já em 2022, apesar da recuperação
parcial do turismo, o preço médio deve subir 5,9%. Ou seja, os meios de
hospedagem seguem mais baratos que no carnaval de 2020. Isso mostra que o
setor tem se esforçado para manter os preços mais baixos, apesar da inflação,
para atrair o turista”, afirma Sampaio. Geração de vagas A demanda por
serviços turísticos ao fim da alta temporada deve gerar 16,5 mil empregos
temporários entre janeiro e fevereiro deste ano, quase o dobro de 2021. O
número, no entanto, ainda é 38% inferior ao registrado no último carnaval
antes da pandemia, quando foram oferecidas 26,3 mil vagas. |
Fonte: CNC
Nenhum comentário:
Postar um comentário