Bebida, que também é conhecida como “uísque caiçara” e “uísque da praia” ganha mais adeptos a cada dia
Preparada através da mistura de uma boa cachaça branca com a folha de uma erva medicinal, cuja árvore dá nome à bebida, a Cataia vem dia-a-dia ganhando mais degustadores no Brasil e no mundo. A planta é encontrada em uma faixa de terreno alagado e de difícil acesso na Barra do Ararapira, a 40 quilômetros da Ilha do Supersagui, litoral norte paranaense.
Conta
a história que em 1985 o pescador Rubens Muniz resolveu misturar as folhas de
Cataia originalmente usada na comunidade como chá ou erva anestésica, com
cachaça. O sucesso da bebida se espalhou pelas redondezas, que também ficou
conhecida como “uísque caiçara” ou “uísque da praia”.
Foi
em 1988 que o jornalista e publicitário Pierpaolo Nota provou pela primeira vez
a Cataia. “Lembro-me até hoje, foi em Supersagui, em um jantar na casa de
pescadores amigos. O sabor da bebida me chamou a atenção. Desde então, onde
encontro provo Cataia, buscando novos sabores e formas de misturar a bebida”,
diz Nota.
Qualidade
Buscando
chegar à Cataia ideal, em 2019 o jornalista resolveu produzir a sua própria
bebida, a “Cataia do Pier”. “Já curtia sempre uma ou duas garrafas, mas
resolvemos produzir 800, foi um desafio. Utilizamos um método totalmente artesanal,
desde a inclusão das folhas até o lacre, o que torna cada garrafa especial, um
produto único”.
Mas,
segundo ele, o segredo desses dois anos não é só esse. “Começa pela escolha da
cachaça utilizada. A da Cataia do Pier vem de Luiz Alves, cidade catarinense
referência na produção da bebida. Depois, tem que saber como curtir a folha.
Fazemos isso em dois tempos: primeiro, em um grande garrafão, por seis meses.
Depois, engarrafamos a bebida pronta com nove folhas de Cataia, para que ela se
renove dia-a-dia dentro da garrafa, não pare de evoluir”.
Legalidade
Segundo
o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a extração da Cataia
no Parque Nacional do Supersagui fica restrita à comunidade do Ararapira e em
caráter excepcional, já que a árvore se encontra em uma área de proteção integral.
Atualmente só quem tem autorização para colher as folhas são as representantes da Associação de Mulheres da Barra do Ararapira. “Colhemos a planta no meio do mato, o que fazemos com muito cuidado. Diferente de muita gente que vem aqui, arranca quase a árvore inteira e vai embora”, desabafa Edna Aparecida Santana, presidente da entidade, denunciando a extração predatória.
“Esse
é outro diferencial nosso. Sempre fizemos questão de produzir a Cataia do Pier
com folhas ´legalizadas´. Foi necessário ir até à Barra do Ararapira conhecer o
trabalho dessas mulheres, verdadeiras guerreiras, para que pudéssemos começar a
adquirir o produto diretamente delas”, explica Nota.
Origem do nome
Cataia
em tupi-guarani significa “folha que queima”. Entre os botânicos a planta é
mais corretamente denominada Pimenta pseudocaryophillus – Myrtaceae.
Para
conhecer mais da “Cataia do Pier” acesse cataiadopier.com.br ou mande email
para cataiadopier@gmail.com.
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