A informação é de representantes do Governo do Tocantins em audiência pública da Assembleia Legislativa, que esclareceu também que apenas a parte operacional dos parques está prevista para concessão
Diferente da
privatização, a concessão de uma área à iniciativa privada não configura venda
do território, explicou o Secretário Claudinei Quaresemin - Foto: Luciano
Ribeiro/Governo do Tocantins
O projeto que prevê a concessão dos Parques Estaduais do Jalapão, Lajeado, Cantão e Monumento Natural das árvores Fossilizadas do Estado do Tocantins foi enviado à Assembleia em junho. O secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, explicou que o projeto de Lei é o primeiro passo para a discussão do assunto e não uma determinação. "A concessão segue o artigo 175 da Constituição Federal, a contratação da operadora é feita por meio de licitação. O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] é quem dá a modelagem de como será feita a concessão, a autorização legislativa é o início desse processo", explicou.
Diferente
da privatização, a concessão de uma área à iniciativa privada não configura
venda do território. Foi o que esclareceu o secretário Claudinei Quaresemin.
"Nas concessões, as empresas conseguem fazer melhorias e investimentos nos
Parques e aqueles benefícios ficam para o poder público. A administração dos
Parques ainda será feita pelo Naturatins, apenas a operação será realizada pela
iniciativa privada", ressaltou.
Atualmente,
somente o Parque Estadual do Jalapão recebe em média 40 mil visitantes por ano,
com novos investimentos esse número pode chegar a 200 mil. "Com investimentos
da iniciativa privada, mais empresas poderão ser abertas e as estradas de
acesso serão melhoradas. Teremos mais pessoas circulando no nosso Estado,
consumindo do nosso comércio, sendo que o foco do nosso projeto é o
desenvolvimento do Tocantins", reforçou o secretário Claudinei Quaresemin.
Preservação e Comunidades Tradicionais
Outro
ponto esclarecido pelo secretário de Estado de Parcerias e Investimentos
durante a audiência pública, foi sobre a abrangência geográfica da concessão.
"A área destinada à concessão do Jalapão, por exemplo, é uma área
pertencente ao Estado, não envolve propriedades privadas e não integra
comunidades tradicionais. Quando olhamos os parques, hoje, que foram concedidos
no Brasil, vemos que apenas 5% das áreas são utilizadas para visitação, todo o
restante fica sendo preservado", destacou.
O
Parque Nacional do Iguaçu (PR), com extensão de 185 mil hectares, é exemplo de
área que teve a operação concedida à iniciativa privada. De acordo com
informações do Governo do Paraná, 30% da economia da cidade está relacionada à
visitação do Parque, que gera cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos.
Antes da pandemia, a média anual de visitação ultrapassava a marca de um milhão
de pessoas.
Novas Consultas Públicas
O
secretário executivo do Conselho de Parcerias e Investimentos do Tocantins,
Robson Menezes, destacou que uma consulta pública será aberta no site do
Governo do Estado para participação de todos os tocantinenses. "Quando
apresentamos um projeto de lei, significa que o Estado está mostrando um
caminho para operação dos Parques, não obrigada à concessão, por isso ainda
iremos discutir exaustivamente com a população, órgãos de controle, agentes
políticos e todos os envolvidos", finalizou.
Ao
final, o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ),
deputado Ricardo Ayres, que presidiu a audiência pública, anunciou que na
próxima terça-feira, 24, o Projeto de Lei será apreciado na CCJ.
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