As Unidades de Conservação (UCs) são criadas por
leis específicas para proteger espaços territoriais e os recursos ambientais
neles existentes
Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio
Ambiente (5 de junho), o Estado do Tocantins se orgulha de toda sua
riqueza natural. Pelo menos 15% de sua área total dos 277.621 km² são
de áreas protegidas, as chamadas Unidades de Conservação (UCs).
As Unidades de Conservação (UCs) são criadas por
leis específicas para proteger esses espaços territoriais e os recursos
ambientais existentes. Elas são regidas pela Lei Federal 9.985/2000 e
classificadas em categorias, de acordo com suas características e finalidade
com a qual são criadas.
A principal mudança determinada a partir da criação
de uma Unidade de Conservação é a definição de seus limites territoriais e de
regras para normatizar sua ocupação e uso. De acordo com o diretor de
Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Natureza do Tocantins
(Naturatins), Warley Rodrigues, os principais tipos de unidades de conservação
presentes no Tocantins são as Áreas de Proteção Ambiental (APA) e os Parques.
As APAs são áreas mais amplas e têm como principal
característica serem de uso sustentável. Ou seja, nelas é permitida a
exploração de atividades econômicas, desde que observadas algumas restrições.
“Não é permitido, por exemplo, usar algumas classes
de agrotóxicos, uma vez que a legislação ambiental é mais aplicada à
conservação de aspectos do local e as atividades produtivas são controladas com
mais rigor”, reforça Rodrigues.
Já os Parques são Unidades de Conservação integral
e neles não podem ser realizadas atividades econômicas. “Os parques são áreas
de preservação que possuem amostras relevantes de biomas e são destinados,
basicamente, à pesquisa científica e ao ecoturismo”, resume o diretor.
Em várias áreas protegidas, projetos desenvolvidos
pelo Naturatins, em parceria com as comunidades, têm obtido resultados
positivos, com a realização de atividades econômicas de baixo impacto
ambiental. Esses projetos conseguem conciliar a preservação da natureza com a
presença humana.
O presidente do Naturatins, Renato Jayme, destaca a
missão do Instituto. “É nossa missão proteger e conservar os recursos naturais
do Tocantins, visando de uma forma integrada o desenvolvimento sustentável do
Estado. É um dever nosso garantir que sobretudo essas áreas que são
classificadas de extrema importância para a preservação do nosso bioma estejam
protegidas, e para isso temos equipe e estrutura em cada uma delas, para que
essa proteção aconteça e que atividades sustentáveis sejam desenvolvidas
promovendo a integração homem e natureza”.
Nove
unidades em operação
O Tocantins possui nove Unidades de Conservação em
operação, sendo elas: Área Estadual de Proteção Ambiental das Nascentes de
Araguaína, Área Estadual de Proteção Ambiental do Jalapão, Área Estadual de
Proteção Ambiental Serra do Lajeado, Área Estadual de Proteção Ambiental Ilha
do Bananal-Cantão, Monumento Natural Estadual das Árvores Fossilizadas do
Tocantins (Monaf), Parque Estadual do Cantão, Parque Estadual do Jalapão e
Parque Estadual do Lajeado.
Monaf
O Monumento Natural Estadual das Árvores Fossilizadas do Tocantins (Monaf) é uma Unidade de Conservação diferenciada, localizada no município de Filadélfia. Há alguns milhões de anos o Tocantins abrigou uma floresta que hoje é considerada um dos maiores registros de vegetais fossilizados do mundo.
O Monaf tem este nome em função da existência de
tais sítios paleontológicos e arqueológicos onde são encontrados os fósseis de
árvores como pteridófitas, esfenófitas, coníferas e cicadácias. Os fósseis são
chamados de “Pedras de Pau” pela comunidade local.
Tais fósseis constituem uma peça-chave do
patrimônio científico mundial, tendo enorme importância para estudiosos que
investigam florestas, o clima e a ecologia planetária do período Permiano.
Entre os elementos paleobotânicos do Monumento, destacam-se samambaias
arborescentes. Estas, no Neopaleozóico, distribuíram-se largamente pela Terra
em meio às comunidades de plantas higrófilas de terras baixas, exibindo uma
notável diversidade de padrões morfológicos, anatômicos, ecológicos e de
crescimento.
O alto índice de samambaias indica que a região
central do Tocantins era uma planície costeira com um farto sistema hídrico
durante o período Permiano. O clima era tropical, mas apenas com um estudo de
campo mais detalhado será possível concluir se o ambiente era amazônico ou
parecido com o Cerrado. Pode parecer que pouco mudou por ali nos últimos
milhões de anos, mas os chapadões indicam o contrário. Eles surgiram depois das
árvores fossilizadas e seriam dunas de deserto que se transformaram em rochas.
Mais um sinal do valor histórico da Unidade de Conservação.
Wanja Nóbrega/Governo do Tocantins Fotos: Fernando Alves/Governo do
Tocantins
Nenhum comentário:
Postar um comentário