Agência do
Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa trabalha para implantar
projetos em benefício ao setor.
As peças de cerâmica Karajá são
patrimônio cultural do Brasil devido ao seu modo de produção. Emerson Silva/Governo do Tocantins
Qual a ligação entre os conhecimentos
tradicionais dos povos indígenas, as festas religiosas, a suça, os alimentos
tradicionais, o artesanato em capim dourado? Tudo isso e muitos outros saberes
e fazeres representam o rico patrimônio imaterial tocantinense. Há 20 anos, o
País ganhava um importante mecanismo de identificação, reconhecimento e
proteção dos direitos culturais.
No dia 4 de agosto de 2.000 foi
publicado o Decreto 3.551, que regulamentou o artigo 216, § 1º, da
Constituição Federal, e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial
(PNPI). Até então, as políticas públicas eram focadas basicamente na
preservação de bens materiais, uma missão já atribuída ao Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que também passou a executar
a política de salvaguarda de referências culturais nacionais junto a parceiros
como os governos estaduais.
O inventário da suça registrou a
dança, a confecção dos instrumentos e as comunidades. Emerson Silva/Governo do Tocantins
Técnicas de trançado do capim dourado
foram inventariadas. Auro Giuliano/Governo do Tocantins
Foi justamente por meio do PNPI que o
Governo do Tocantins desenvolveu os inventários da suça (sússia) e do capim
dourado – que é reconhecido nacional e internacionalmente como uma das
referências do Estado –, documentando origens, personagens, técnicas de
produção por meio do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC). Hoje,
estão registradas cerca de 160 pesquisas sobre territórios e bens culturais
em todas as regiões do país.
Também está registrado no Iphan
o Sistema dos Povos Karajás, sendo que em 2012, as bonecas em cerâmica
Ritxòkò foram inscritas no Livro de Registro das Formas de Expressão. Vale
lembrar que na região Norte do Brasil há apenas 14 bens reconhecidos como
Patrimônio Cultural do Brasil.
Mas por que peças em argila teriam
conquistado tal representatividade? A confecção é uma atividade exclusiva das
mulheres Karajá e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e
transmitidos de geração em geração. O processo criativo de produção das Ritxòkò
(nome feminino) e/ou Ritxòò (masculino), ocorre por meio de um jogo de
elaboração e variação de formas e conteúdos determinado por uma série de
fatores, como a experiência, a habilidade técnica e a preferência estética da
ceramista pela combinação dos motivos temáticos e dos diversos padrões de
grafismo aplicados, a função do objeto, o acesso às matérias-primas, entre
outros aspectos. Tudo isso transforma as peças artesanais em algo único.
Projetos
A preservação do patrimônio material
e imaterial tocantinense é uma das atribuições da Agência do Desenvolvimento do
Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc). A Pasta possui duas ações em
fase de organização/execução. O projeto Educação Patrimonial nas Escolas
tem por objetivo levar o conhecimento sobre o patrimônio cultural tocantinense
para os alunos da educação básica.
Já o projeto Fé no
Tocantins visa reconhecer, divulgar e preservar as principais festas religiosas
do Estado, como as Romarias do Bonfim, preservadas em Natividade, Araguacema e
Tabocão; os Festejos do Divino Espírito Santo, presentes em vários municípios;
os Festejos das Santas Almas Benditas, realizadas durante o Dia de Finados
em localidades como Santa Rosa, Ipueiras e Silvanópolis; a Roda de São
Gonçalo, mantida na comunidade Lagoa da Pedra, em Arraias.
Em fase de planejamento, o Quarta nos
Museus terá o propósito de estimular a população de Palmas a visitar o Museu
Histórico do Tocantins – Palacinho para apreciar boa música, comidas típicas e
artesanato conhecendo, desta forma, importantes aspectos dos patrimônios
material e imaterial. Sua execução está prevista para ocorrer após a
reabertura do museu, fechado em função do controle da pandemia da Covid-19.
A produção de bolos e biscoitos
típicos também é patrimônio imaterial. Emerson
Silva/Governo do Tocantins
Outro projeto previsto é o Inventário
Participativo de Referências Culturais do Estado do Tocantins, que irá
registrar as referências culturais do patrimônio material e imaterial
tocantinense de forma participativa e gradual.
“O Governo Mauro Carlesse tem atuado
para recuperar conceitos importantes ligados à preservação e ao fomento da
cultura tocantinense, sendo que a Superintendência de Cultura está trabalhando
em vários projetos simultâneos para atingir esta finalidade. Nosso patrimônio
imaterial é nossa referência cultural”, pontua o secretário de Indústria,
Comércio e Serviços e presidente da Adetuc, Tom Lyra.
Fonte:
Governo do Tocantins
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