A APA possui atributos naturais e culturais
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações e tem
importância na proteção da diversidade biológica, e no ordenamento do processo
de ocupação humana, além de assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.
Fotos:
Naturatins/Divulgação
Na APA
Jalapão, a exuberância da flora do Cerrado fica em evidência
Criada em 31 de julho de 2000, pela Lei n° 1.172, a
Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão completa hoje, 20 anos.
Ocupando terras dos municípios de Mateiro, Novo Acordo e Ponte Alta do
Tocantins, a APA serve como uma zona de amortecimento para o Parque Estadual do
Jalapão (PEJ), localizado dentro da APA.
Importante reserva ambiental, a APA do Jalapão é
gerida pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), que mantém no local
uma equipe técnica que garante a manutenção de suas riquezas naturais, que são
imprescindíveis não apenas para o Estado, mas para todo o Brasil.
No interior da APA são realizadas ações de
desenvolvimento sustentável apoiadas pelo Naturatins, como Manejo Integrado do
Fogo (MIF), Extrativismo Sustentável, Agricultura Familiar e o Turismo de Base
Comunitária.
Manejo
Integrado do Fogo minimiza os riscos de incêndios na APA Jalapão
De acordo com a gestora da APA do Jalapão, Rejane
Nunes, desde 2015, a equipe da APA vem realizando encontros com as comunidades
rurais, como forma de incentivar as práticas sustentáveis, garantindo renda e,
ao mesmo tempo, preservando o local. “Temos realizado um rigoroso trabalho de
educação ambiental e, hoje, as pessoas que moram na APA entendem a importância
de protegê-la”, diz Rejane.
Famílias
receberam treinamento e hoje trabalham dentro do conceito de extrativismo
sustentável
Segundo Rejane Nunes, outra ação importante
realizada pelo Naturatins na APA é o Manejo Integrado do Fogo (MIF),
utilizado como estratégia de gestão do território. O fogo sempre foi usado
pelos comunitários como ferramenta de manejo do solo, seja para a renovação da
pastagem, para o preparo da roça, para o manejo do capim dourado ou para a
proteção de veredas e nascentes. O problema é que quando o fogo é usado sem
técnica e acompanhamento, pode perder o controle e virar incêndios florestais.
“Hoje, o uso está sendo aplicado com base no
diálogo, com participação e responsabilidade, de forma a conhecer, entender e
relacionar os conhecimentos e necessidades das populações locais com os
objetivos de criação da unidade de conservação, e isso tudo atendendo às
técnicas d MIF”, esclarece Rejane.
Rede Jalapão
Formada por famílias da região, a Rede Jalapão foi
criada para incentivar a produção artesanal e promover a conservação e o uso
sustentável dos recursos naturais. Assim, os comunitários têm geração de renda,
segurança alimentar e gestão comunitária como alternativa.
Rejane explica que a Rede Jalapão é composta por
famílias agroextrativistas dos municípios de Mateiros, São Félix, Novo Acordo e
Ponte Alta do Tocantins. “Instituições parceiras, colaboradores, comunidades
com interesses voltados para a conservação do Cerrado e que buscam, ao mesmo
tempo, alternativas de melhoria da qualidade de vida para os moradores rurais
da região que também fazem parte da Rede", enfatizou.
A Rede Jalapão foi criada em 2007 com objetivo de
garantir às famílias que vivem nas zonas rurais da APA do Jalapão, o
extrativismo sustentável, que ensina o manejo de práticas de exploração que
causam o mínimo impacto ambiental, fomentando a renda da população e agregando
valor aos produtos por meios de processamento artesanal.
As famílias da Rede Jalapão vêm se destacando na
produção associada, nas atividades de turismo de base comunitária, com seus
produtos manufaturados, e buscando alternativas ao uso do capim dourado, a fim
de minimizar os impactos sobre essa matéria-prima, além da gama e potencial de
outros insumos disponíveis. “Isso com foco na ampliação de produtos fartos
na região, que ajudam a promover ainda mais a biodiversidade do Cerrado, a
cultura e a manutenção dos saberes tradicionais”, completa Rejane.
Turismo
Outra atividade econômica importante para os
moradores do Jalapão é o turismo. Mas, por se tratar de uma área de enorme
biodiversidade, o Naturatins mantém rigorosa fiscalização para garantir que as
visitas, mais numerosas a cada ano, não causem danos irreparáveis ao lugar.
Com base nessa preocupação, a supervisora
da APA do Jalapão explica que hoje é aplicado na unidade de
conservação, o conceito de turismo de base comunitária, atividade onde as
famílias são protagonistas , são donas do seu próprio negócio. Planejando ,
implementando , monitorando. É uma atividade que leva em consideração a
sustentabilidade social e ambiental.
Nesta data tão importante para a região do Jalapão,
o presidente do Naturatins Sebastião Albuquerque, homenageia todos os moradores
dos municípios que compõe a localidade, além das comunidades tradicionais que
residem no interior e no entorno das unidades de conservação do Estado, de
responsabilidade do Naturatins.
Albuquerque afirma que o Governo do Tocantins preza
pela boa relação com essas comunidades, bem como incentiva ações que
desenvolvam a sustentabilidade e riqueza dos recursos naturais de toda região.
Ele atribui à boa convivência com os moradores, as políticas de aproximação do
Naturatins com a população local que ocorre desde há muito tempo.
“O Jalapão é conhecido nacionalmente pelos seus
atrativos turísticos e pela cultura local.Temos que promover a união de
iniciativas que estimulem a economia local, mas ao mesmo tempo contribua para
proteção ambiental do território, aliado a qualidade de vida e bem - estar da
comunidade”, considera Albuquerque.
Criação
A Área de Proteção Ambiental do Jalapão (APA
Jalapão), com cerca de 461.730 hectares, ocupa terras dos municípios de
Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e Novo Acordo. Foi criada no dia 31 de julho
de 2000, pela Lei e nº 1.172 e pertence à categoria de Unidades de Conservação
(UC) de Uso Sustentável.
A APA possui atributos naturais e culturais
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações e tem
importância na proteção da diversidade biológica, em ordenar o processo de
ocupação humana e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Fauna
protegida garante a presença de animais, como o tatu-bolo
Em seu entorno estão situadas três importantes UCs
de Proteção Integral da região: Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins,
Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e Parque Estadual do Jalapão; por
isso, é compromisso da APA do Jalapão assegurar o uso territorial de forma
sustentável e responsável perante os recursos naturais da locais, incentivando
o desenvolvimento socioeconômico.
A unidade funciona como uma zona de amortecimento
para o Parque Estadual do Jalapão e propicia a conectividade do Parque
a sul com a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins e a oeste com o
Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba.
Por sua localização estratégica ela faz parte do
Corredor Ecológico Jalapão/Mangabeiras. Registra em seus limites a presença de
espécies ameaçadas de extinção, como o Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus) e
arara-azul-grande (Anodorhyncus hyacinthinus) e o pato-mergulhão (Mergus
octosetaceus), uma das aves mais ameaçadas das Américas.
Já o Parque Estadual do Jalapão (PEJ), contido pela
APA, foi criado pela Lei Estadual 1.203, de 12 de janeiro de 2001, também
pertencente à categoria de Unidades de Conservação de Proteção Integral do
estado do Tocantins. O PEJ foi criado com objetivo de preservação dos recursos
naturais da região na qual está inserido, fato que restringe suas formas de
exploração, admitindo-se apenas o aproveitamento indireto de seus benefícios.
O Parque está inserido na área nuclear da APA do
Jalapão, representando mais de 158.000 hectares. Mesmo com tamanha dimensão, a
área total do PEJ se concentra em apenas um município tocantinense, Mateiros,
sendo que seus limites atingem os marcos divisórios deste com os municípios de
Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Tocantins e Novo Acordo.
Fonte: Naturatins/Governo do Tocantins
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