O novo mutirão que dará continuidade aos trabalhos acontece nos dias 20 e 21 de março Foto: Semed/Palmas
Os
desafios ambientais que se apresentam à humanidade exigem que se repensem as
formas de satisfação das nossas necessidades no que se refere à disponibilidade
de água, alimento, saneamento, energia e moradia. Em busca de difundir a
possível transição para um modelo de vida com menor impacto ambiental, a Escola
de Tempo Integral (ETI) Sueli Reche tem estimulado as práticas em permacultura
e bioconstrução como ferramentas para planejamento e implantação de ocupações
humanas mais sustentáveis.
Neste
contexto, foi realizado no final de semana passado o primeiro mutirão para a
construção do novo espaço destinado à biblioteca da escola, utilizando técnicas
de biocontrução. A atividade abordou aspectos teóricos e práticos do uso da
terra crua como material de construção natural, desde a escolha do material às
técnicas mais comuns utilizadas no Brasil. A proposta é construir conjuntamente
com a comunidade escolar, além da biblioteca, o grêmio estudantil. A atividade
também permite o resgate de conhecimentos tradicionais de construção que usam
recursos naturais e o fortalecimento da identificação comunitária.
Durante
o processo coletivo de construção, os participantes tiveram noções de escolha
da terra, preparação da massa, produção e assentamento de tijolos de adobe
(tijolos de terra crua), preparação da estrutura, preparação da massa e o
enchimento do pau-a-pique (taipa de mão), uso da terra ensacada para fundações
e paredes (hiper e super adobe) e revestimentos naturais à base de terra e
aditivos naturais.
“O uso
da terra crua na construção constitui um saber tradicional milenar desenvolvido
simultaneamente em várias partes do mundo. É um material eficiente do ponto de
vista cultural, energético e bioclimático. Tratando-se de uma realidade rural é
ainda mais coerente o uso de recursos locais e a aplicação de técnicas que
possibilitem a autoconstrução, garantindo autonomia e qualidade de vida à
população rural”, considera o diretor da escola, Victor Fonseca.
A
escola já possui a Agroecologia como paradigma para transição sustentável, por
meio do Projeto Permacultura na Escola,
que já rende frutos utilizados pela própria comunidade escolar. Ainda com o
propósito de conscientização ambiental e redução da emissão de resíduos, também
se encontra em desenvolvimento o Projeto
Tijolo de Plástico, que consiste na utilização de resíduos plásticos compactados
em garrafas PET para serem utilizados como material de construção.
Os
novos mutirões que darão continuidade aos trabalhos acontecem nos dias 20 e 21
de março.
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