Abertura da Conferência
O turismo representa 10,4%
do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e gera 100 milhões de empregos. Somente
no Brasil, de acordo com o Ministério do Turismo, são 6,7 milhões de empregos e
um PIB de 8,1%, mesmo em meio a uma economia recessiva. A segmentação para atender os mais variados
públicos é uma realidade, e neste contexto está inserido o conceito Gay
Friendly, ou seja, receber sem preconceito este público cada vez mais desejado
- em função do poder aquisitivo -, formado por uma boa parcela de gays, lésbicas,
bissexuais e transgêneros.
"Turismo LGBT não é
turismo sexual", enfatizou o presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, Ricardo Gomes, durante a abertura da Conferência Internacional
da Diversidade e Turismo LGBT, realizada na Praça das Artes, em São Paulo,
entre os dias 25 e 28 de agosto. O evento, que chegou a sua terceira edição,
reuniu especialistas em turismo, cultura e mercado para discutir estas áreas a
partir dos anseios e necessidades deste público.
A presença de representantes
do poder público - governos dos estados da Bahia e São Paulo (Estado e
Prefeitura) -, bem como Rio de Janeiro, Espanha, Peru, Normandia, Ilhas
Seychelles, Noruega e Mônaco, sem contar o apoio de empresas aéreas e hotéis,
revela o grande potencial econômico deste segmento. Países como Espanha,
investem no Gay Friendly desde os anos de 1970 e comemoram os resultados, como
ressaltou Juan Antonio Ruis Morales, do Escritório de Turismo espanhol em São
Paulo. "Barcelona é um dos destinos preferidos da comunidade", citou,
entre várias outras regiões que estão preparadas para receber públicos
diversos.
O segmento de casamentos
homoafetivos, um mercado que movimenta milhões e está em desenvolvimento no
Brasil, também esteve em pauta, bem como o aumento de voos oferecidos
Brasil-Chile ofertados pela empresa Sky e a experiência das redes de hotelaria
Axel, Accor e Hard Rock.
O público presente também
acompanhou o debate em torno do turismo para lésbicas, que trouxeram demandas
diferenciadas. "Muitas lésbicas têm filhos e querem viajar com a família;
também queremos turismo de experiência", revelou Merryn Johns, editora
chefe da revista americana The Curve.
A American Airlines foi
representada por Donna Rose, gerente de TI trans que deixou sua experiência de
trabalho em uma empresa com política inclusiva. O tema inclusão voltou a ser
discutido por representantes de empresas como a Siemens, AGCO, Chubb Brasil.
Apresentação de Donna
Rose, da American Airlines
O último dia foi dedicado
à cultura, especialmente sua importância para a formação de uma sociedade disposta
a aceitar a diversidade. "A gente vive de cultura a vida inteira, e dentro
deste universo existe a expressão artística. A arte é a expressão cultural mais
completa", resumiu o diretor do Sesc São Paulo, Danilo Miranda.
Mesa redonda sobre
cultura
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