O turismo de vivência em
comunidades negras tem crescido com apoio do Governo do Tocantins
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário celebraria missas somente para os escravos, mas não foi concluída - Emerson Silva/Governo do Tocantins
O Tocantins é negro. Conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 70% da população é formada por negros e pardos. Já o número de comunidades quilombolas chega a 36, reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. O resultado é uma rica fusão cultural e um forte potencial para o desenvolvimento do Afroturismo.
“Nosso Estado do Tocantins não é rico apenas em belezas naturais, mas também em
cultura, gastronomia e festas religiosas que receberam uma forte influência
negra”, pontua o secretário de Turismo, Hercy Filho, ao ressaltar que a gestão
Wanderlei Barbosa realiza um forte trabalho de valorização das comunidades
negras, em especial as que já atuam com turismo de base comunitária.
Entre as ações desenvolvidas
pela Secretaria de Turismo está a divulgação do turismo nas comunidades
quilombolas do Prata e Mumbuca, no Jalapão, por meio de material descritivo e
da aquisição de artesanato das associações comunitárias para exibição em feiras
de turismo.
Para visitar
Diversidade é a tradução
perfeita para a Região Turística das Serras Gerais, que reúne algumas das
cidades mais antigas do Estado, erguidas há quase 300 anos, durante o Ciclo do
Ouro. Este é o caso de Natividade, localizada a pouco mais de 200 km de Palmas,
que tem como um de seus símbolos a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos, construção inacabada em pedra canga.
Outra atração de Natividade,
que tem seu centro histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN), é o Grupo de Suça Tia Benvinda, projeto que envolve
crianças, jovens e adultos do município com o objetivo de preservar a suça,
dança afro-brasileira inspirada pelos tambores e ritmos africanos.
Berço do artesanato em capim
dourado, Mumbuca, no município de Mateiros, é a mais conhecida das comunidades
quilombolas da região do Jalapão. Todos os anos, recebe centenas de turistas
que visitam o povoado para conhecer a cultura local e adquirir artesanato.
Também no Jalapão, a cerca
de 20 km de São Félix do Tocantins, a Comunidade Quilombola do Prata é outro
ponto de parada para quem busca peças artesanais genuínas, além de desfrutar da
hospitalidade local.
A Barra da Aroeira está
localizada em Santa Tereza do Tocantins, a apenas 73 km da Capital. A
preservação de festas tradicionais e a presença de raizeiras, tocadores de
viola de buriti e grupos folclóricos são os principais atrativos desta
comunidade quilombola, que também realiza turismo de base comunitária.
Saiba mais
O turismo de base
comunitária (TBC) é um segmento em constante avanço no Brasil. Sua proposta é
levar o turista a vivenciar as comunidades e seu dia a dia, podendo incluir
hospedagem em casas de moradores, sejam elas comunidades negras, indígenas,
ribeirinhas ou periféricas.
Vertente mais recente do
turismo tradicional, o Afroturismo busca a valorização da cultura negra nos
locais visitados, colocando como prioridade fornecedores negros que atuam na
cadeia produtiva. Outro objetivo é deixar viajantes negros mais confortáveis,
acolhidos e seguros ao viajar.
Seleucia Fontes / Governo do
Tocantins